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Estado dá contributo positivo para a capacidade de financiamento da economia pela primeira vez desde 1995

É a primeira vez em 23 anos que as administrações públicas registam poupanças face ao exterior no acumulado de um ano.

10 de Janeiro de 2019 às 13:02
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Pela primeira vez desde 1995, depois de um longo período de consolidação orçamental, as administrações públicas em Portugal passaram a dar um contributo positivo, ainda que ligeiro, para a capacidade de financiamento da economia portuguesa face ao exterior. Os dados para o ano acabado no terceiro trimestre de 2018 foram divulgados esta quinta-feira, 10 de janeiro, pelo Banco de Portugal. 

Este indicador revela qual é a capacidade/a necessidade das empresas, das famílias e das administrações públicas para emprestar/de pedir emprestado a outros. Neste caso, tendo a economia portuguesa como referência, é a capacidade ou a necessidade de financiamento face ao exterior.

Desde 1995 que a capacidade de financiamento da economia portuguesa era negativa. Ou seja, tinha necessidade de pedir emprestado ao exterior. Isso mudou em 2012 com a redução da necessidade de financiamento das empresas face ao exterior. Desde esse ano que Portugal - conjugando as empresas, os bancos, as famílias, as administrações públicas - tem tido capacidade para emprestar ao exterior.

Contudo, a capacidade de financiamento das administrações públicas continuou a ser negativa, ainda que menor. A redução gradual das necessidades de financiamento do Estado face ao exterior - resultado da consolidação orçamental aplicada desde 2011 - conheceu um novo capítulo no terceiro trimestre do ano passado.



Nos 12 meses terminados no terceiro trimestre de 2018 (ou seja, do quarto trimestre de 2017 até a essa data), a capacidade de financiamento das administrações públicas foi positiva em 0,1% do PIB. É a primeira vez que tal acontece desde 1995, ano em que começou a série das contas financeiras da responsabilidade do Banco de Portugal.

No total, a capacidade de financiamento da economia portuguesa nesse período foi de 0,8% do PIB. "A capacidade de financiamento da economia refletiu a poupança financeira das sociedades financeiras [bancos], dos particulares e das administrações públicas (respetivamente de 2,0, 0,4 e 0,1 por cento do PIB)", explica o banco central, referindo que "esta poupança foi mais do que suficiente para satisfazer as necessidades de financiamento das sociedades não financeiras [empresas], que atingiram 1,7 por cento do PIB".
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