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Draghi: "Há flexibilidade para apoiar a procura"
O presidente do Banco Central Europeu tentou esclarecer os comentários feitos em Jackson Hole. Sublinhou a necessidade de não desperdiçar a consolidação orçamental realizada, mas voltou a referir que há flexibilidade nas regras.
"O Pacto [de Estabilidade e Crescimento] funciona como âncora de confiança e a flexibilidade existente nas regras permite que os custos orçamentais de grandes reformas estruturais sejam suportados e a procura apoiada", afirmou Mario Draghi, durante a conferência de imprensa do Banco Central Europeu realizada esta quinta-feira, 4 de Setembro. "Existe também margem para atingir uma composição das medidas orçamentais mais amiga do crescimento."
As declarações do presidente do BCE em Jackson Hole provocaram uma discussão sobre uma possível viragem da posição de Draghi acerca dos esforços de austeridade, com referência à necessidade de estimular a procura e de uma política orçamental que apoie a retoma, que se afasta da visão central de Berlim sobre a resolução da crise da Zona Euro. Chegou a ser noticiado – e depois desmentido – que Merkel telefonou a Draghi para pedir explicações por esses comentários.
Na conferência de imprensa de hoje Draghi tentou clarificar o que quis dizer em Jackson Hole, sublinhando que "os países da Zona Euro não devem desperdiçar os progressos feitos na consolidação orçamental e devem actuar em linha com o Pacto de Estabilidade e Crescimento".
O presidente do BCE concentrou-se especialmente na necessidade de mais reformas estruturais. Apesar de alguns Estados-membros terem já dado "passos importantes", outros precisam ainda de as implementar. "Estes esforços precisam de ganhar ímpeto para atingir um crescimento sustentável e emprego mais elevados. Reformas estruturais no mercado de trabalho e do produto, bem como medidas para melhorar o ambiente de negócio, são necessárias", acrescentou.