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Défice de bens e serviços até abril quintuplica face ao mesmo período de 2018

Até abril deste ano, Portugal acumula um défice de bens e serviços que é cinco vezes superior ao que se registou no mesmo período de 2018.

João Ferrand
25 de Junho de 2019 às 12:09
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1,93 mil milhões de euros. Foi este o saldo negativo das exportações e importações de bens e serviços que Portugal registou entre janeiro e abril deste ano. Face ao mesmo período de 2018, o défice quintuplicou, segundo os dados do Banco de Portugal divulgados esta terça-feira, 25 de junho. 

O défice de bens e serviços acumulado até abril deste ano compara com o défice de 371 milhões de euros registado entre janeiro e abril de 2018. Contudo, ainda é cedo para tirar conclusões sobre o conjunto do ano. No ano passado, o saldo dos 12 meses de bens e serviços acabou por ser positivo em dois mil milhões de euros, cerca de 1% do PIB.

Esta deterioração do saldo de bens e serviços no arranque de 2019 deve-se em exclusivo ao défice comercial de bens. Tal como já faziam antecipar os números do Instituto Nacional de Estatística (INE), o défice de bens aumentou de forma significativa, o que não foi compensado pelo aumento do excedente dos serviços.

"Em termos homólogos, o défice da balança de bens aumentou 1.626 milhões de euros e o excedente da balança de serviços aumentou 62 milhões de euros", refere o Banco de Portugal. Em causa está a diferença entre as exportações e as importações de bens e de serviços de Portugal face ao resto do mundo. 

O banco central esclarece que "nos primeiros quatro meses do ano, as exportações de bens e serviços cresceram 4,6% (3,5% nos bens e 7,2% nos serviços) e as importações aumentaram 10,2% (9,9% nos bens e 11,4% nos serviços)". Ou seja, em conjunto (bens e serviços), as importações cresceram o dobro das exportações. 

Esta evolução do saldo de bens e serviços foi determinante para a deterioração do défice das balanças corrente e de capital que se fixou em 1,2 mil milhões de euros, o que compara com 290 milhões de euros no mesmo período de 2018. 

A impedir um alargamento mais expressivo do défice corrente e de capital esteve a balança de rendimento cujo défice se reduziu para 644 milhões de euros. "Esta variação resultou do aumento dos rendimentos recebidos do exterior e da redução dos juros pagos a entidades não residentes", explica o Banco de Portugal.

Quanto à balança financeira, esta deteriorou-se ligeiramente uma vez que os passivos aumentaram, "refletindo o investimento de não residentes em títulos de dívida pública portuguesa e em sociedades não financeiras residentes".
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