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Crise na Zona Euro deve manter juros em 0,75% até 2017

O desemprego na Zona Euro deverá chegar aos 20 milhões, as taxas de juro deverão situar-se nos 0,75% até 2017, e o investimento estará estagnado até 2014, de acordo com o relatório trimestral da Ernst & Young.

Dados económicos pressionam euro
13 de Dezembro de 2012 às 13:59
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Com o passar de mais um ano agitado, a união monetária chegará a 2013 um pouco mais optimista, mas com muitos obstáculos por ultrapassar. Em 2013 não se vislumbram melhorias no PIB da Zona Euro, sendo que a região só voltará a crescer entre 2014 e 2016.

Apesar das dúvidas em relação à não saída da Grécia da Zona Euro serem agora menores, tendo baixado de 15% para 5%, as perspectivas de crescimento para a região deverão continuar sombrias até que “as dúvidas em relação à coesão da Zona Euro estejam dissipadas”.

As previsões da Ernst & Young para a Zona Euro apontam para que o Banco Central Europeu mantenha as taxas de juro inalteradas até 2017. O preço do dinheiro na Zona Euro baixou para o mínimo histórico de 0,75% em Julho deste ano e a autoridade monetária não descarta novos cortes no próximo ano.

Quando ao desemprego, as estimativas da consultora aponta para continue a subir em 2013 na Zona Euro chegando quase aos 20 milhões. “É esperado que o desemprego seja mais alto e difícil de combater nas economias europeias periféricas, com previsões de desemprego de 28% para a Grécia, 26% para Espanha e quase 17% para Portugal”, refere o relatório.

Existem sinais encorajadores de que as políticas que têm vindo a ser adoptadas pelos Governos da Zona Euro estão a ser cada vez mais direccionadas para um crescimento económico, e segundo Marie Diron, “senior economic adviser” da Ernst & Young, “os mercados parecem estar hoje mais convictos da sobrevivência da Zona Euro, do que no inicio do verão. Contudo, as taxas de crescimento dentro da Zona Euro vão continuar divididas, com os países das economias principais a superarem os países periféricos que se encontram em dificuldades, com os últimos a lutarem para crescer nos próximos anos”.

Segundo a consultora, prevê-se um ambiente difícil, tanto para empresários como para políticos, numa altura em que é preciso planear a resposta a uma “década perdida”, com um fraco crescimento e uma elevadíssima taxa de desemprego em 2013, em especial na Grécia, Espanha e Portugal.

Mark Otty, Area Managing Partner da Ernst & Young para a Europa, Médio Oriente, Índia e África assinala que “os líderes empresariais têm que aceitar o actual meio em que operam como o novo paradigma do futuro. As empresas não podem assumir que o crescimento vai ser conduzido pelos seus mercados domésticos. O crescimento terá que vir de um corte nos custos, no ganho de novas quotas de mercado, e apostando nas exportações para as economias emergentes com rápido crescimento”.

Os níveis de confiança na Zona Euro não têm melhorado, nem mesmo aquando das declarações de Mário Draghi , em Julho, dizendo que iria “fazer o que fosse preciso” para salvar a Zona Euro. As empresas vão continuar à espera, não contratando e não investindo, esperando-se um declínio no investimento de 1,2%, em 2013, e um aumento na ordem dos 2,3%, em 2014.

Marie conclui dizendo que “apesar de haver alguns indicadores positivos para a Zona Euro, este é apenas o início de um longo caminho que temos que percorrer. Medidas adicionais direccionadas para uma união fiscal e bancária, a introdução de Eurobonds e a total implementação do Pacto de Crescimento, devem ajudar a começar a restaurar a confiança, apesar de ser improvável que alterem os níveis de crescimento e da procura, no curto prazo”.

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