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Consumidores mais confiantes, empresários com dúvidas

Os dados divulgados esta sexta-feira pelo INE mostram que o indicador de confiança dos consumidores aumentou em janeiro e fevereiro, o mesmo acontecendo com o indicador de clima económico. Porém, o saldo das expectativas dos empresários na construção civil sobre a evolução futura dos preços caiu, No comércio sobe bastante, mas as perspetivas de atividade diminuíram.

O consumo caiu, não tanto por falta de rendimentos, mas pelas restrições e receio provocado pela pandemia.
Rob Engelaar/EPA
25 de Fevereiro de 2022 às 10:10
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O indicador de confiança dos consumidores aumentou em janeiro e fevereiro, depois de ter estabilizado em dezembro e diminuído nos dois meses anteriores, com valores especialmente significativos em novembro. A conclusão é do Instituto Nacional de Estatística (INE), que divulgou esta sexta-feira os seus inquéritos de conjuntura às empresas e aos consumidores.


Contas feitas, e de acordo com o INE, o saldo das opiniões dos consumidores sobre a evolução passada dos preços aumentou nos últimos cinco meses, prolongando a trajetória marcadamente ascendente iniciada em março de 2021 e atingindo o valor máximo desde julho de 2008. 


Também o indicador de clima económico aumentou ao longo deste mês, atingindo um nível idêntico ao observado em fevereiro do ano passado. Refira-se que, entre julho de 2021 e janeiro último este indicador tem vindo a apresentar um comportamento irregular.


No caso das famílias, a evolução registada em fevereiro "resultou do contributo positivo das expectativas relativas à evolução futura da situação económica do país e da situação financeira do agregado familiar, bastante significativo no primeiro caso", assinala o INE. Já as expectativas relativas à evolução futura da realização de compras importantes e as opiniões sobre a evolução passada da situação financeira do agregado familiar contribuíram negativamente para a evolução do indicador. 


No entanto, e com o fim da pandemia, observa-se que o saldo das expectativas das famílias em relação à evolução futura da situação económica do país aumentou nos últimos três meses, mais significativamente em fevereiro, depois de ter diminuído nos dois meses anteriores e de forma abrupta em novembro. 


Já no que toca aos empresários, destaca-se a indústria transformadora, cujo indicador de confiança aumentou em fevereiro, depois de ter diminuído em janeiro. Aqui, o contributo positivo veio das das apreciações relativas aos stocks de produtos acabados e das perspetivas de produção, sobretudo estas últimas. Já as opiniões sobre a evolução da procura global contribuíram pela negativa. Também o saldo das expectativas relativas aos preços de venda diminuiu nos últimos dois meses, após ter atingido em dezembro o valor máximo desde outubro de 1990.


Na construção e obras públicas o indicador de confiança diminuiu ligeiramente em fevereiro, com o saldo das perspetivas dos preços praticados pela empresa nos próximos três meses diminuiu de forma considerável em fevereiro, após registar o valor máximo da série no mês anterior. 


No que toca ao comércio, a tendência foi também de queda. As perspetivas de atividade diminuíram em fevereiro, após terem recuperado em dezembro e janeiro. As opiniões sobre o volume de vendas deterioraram-se nos últimos quatro meses, de forma mais intensa em janeiro. Já o saldo das perspetivas de evolução futura dos preços de venda aumentou nos últimos dois meses, atingindo o valor máximo da série iniciada em maio de 2003.

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