Notícia
Combustíveis e automóveis fazem disparar exportações
A venda de mercadorias ao exterior disparou mais de 10% e esse crescimento foi empurrado pelos automóveis e pelos combustíveis, destacando-se também a recuperação de mercados que vinha registando perdas sucessivas, como Angola e Brasil.
Exportações crescem acima de 10% em metade dos meses
Importações com crescimentos mais acentuados
Exportações com melhor ano desde 2011
Importações crescem ao ritmo mais forte desde 2010
Importações superam exportações pelo segundo ano
Taxa de cobertura em mínimos desde 2012
Défice comercial aumenta
As exportações portuguesas regressaram no ano passado ao crescimento de dois dígitos e os dois maiores responsáveis foram os combustíveis e os automóveis. Juntos, estes dois grupos de produtos representaram mais de um terço do aumento total das vendas de bens ao exterior.
Entre 2016 e 2017, as exportações de mercadorias aumentaram mais de cinco mil milhões de euros, o que equivale a uma variação de 10,1% (a mais elevada desde 2011). Desse montante, 1,6 mil milhões de euros vieram de dois grupos de produtos: aquele que integra combustíveis e os veículos automóveis. Isto é, 32% da variação anual.
Entre os 36 grandes grupos de produtos identificados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), esses são os dois mais relevantes. Dignos de nota são ainda os aparelhos médicos e de precisão, óptico e de relojoaria (de onde vem 9% da variação), os bens alimentares e bebidas (8%) e os metais base (8%).
Numa análise geográfica, verificamos também que a recuperação de alguns mercados foi decisiva para o bom resultado das exportações no ano passado. Provavelmente o melhor exemplo disso mesmo é o Brasil. Embora a venda de bens para esse país representasse em 2016 pouco mais de 1% do total das exportações nacionais, o Brasil foi responsável por 8% do crescimento das vendas.
Essa maior importância deveu-se especialmente à recuperação da venda de combustíveis e de bens alimentares, que foram responsáveis por mais de metade do crescimento das exportações para o outro lado do Atlântico. O Brasil inverte assim a trajectória de contracção como mercado de destino para os bens portugueses, observada entre 2014 e 2016, atingindo o valor mais elevado de sempre, perto dos mil milhões de euros.
Outro país com um perfil de recuperação semelhante foi Angola, que foi responsável por 6% do crescimento das exportações em 2016 (apesar de o seu peso nas vendas ser metade disso). Recorde-se que em apenas dois anos o volume de vendas de empresas portuguesas para Angola tinha afundado para metade. Em 2017 travou a sangria e parece ter começado a recuperar. Neste caso, explicação para é mais dispersa, passando por produtos alimentares, produtos químicos, produtos metálicos, máquinas e aparelhos eléctricos (com pesos entre 15% a 17% no crescimento das vendas).
Mercados emergentes como Brasil, Angola e China tiveram os maiores crescimentos entre os 11 mercados mais relevantes para as exportações portuguesas, com variações de 75%, 19% e 25%, respectivamente. Ainda assim, gigantes geograficamente próximos foram mais importantes para o avanço do comércio português em 2017. Juntos, Espanha, França e Alemanha foram a origem de 38% do aumento das exportações no ano passado.