Notícia
Câmara de Guimarães dá tolerância de ponto no Carnaval
A autarquia minhota justifica o encerramento dos serviços municipais a 17 de Fevereiro com a "tradição enraizada" na população vimaranense e com o facto de ser uma "altura de convívio familiar para toda a comunidade".
A Câmara Municipal de Guimarães determinou a concessão de tolerância de ponto aos trabalhadores dos "serviços não essenciais" na terça-feira de Carnaval, 17 de Fevereiro, sendo assim mais uma autarquia a "contrariar" a determinação do Governo, que já anunciou que os trabalhadores da administração central continuarão a não ter direito a folga em 2015.
"A celebração do Entrudo constitui uma tradição que se encontra enraizada nos hábitos da população vimaranense, sendo também uma altura de convívio familiar para toda a comunidade", justificou a Câmara de Guimarães numa nota emitida esta terça-feira, 3 de Fevereiro. Os serviços municipais estarão encerrados nesse dia, reabrindo na manhã do dia seguinte nos horários habituais.
A autarquia minhota, liderada pelo socialista Domingos Bragança, garantiu ainda que os trabalhadores que, "por razões de interesse público, terão de exercer a sua actividade profissional neste dia", como os elementos ligados à Polícia Municipal e à manutenção da limpeza pública, irão "usufruir de dispensa equivalente em data a acertar internamente".
O executivo vimaranense é mais um a desafiar a determinação verbalizada pelo Governo a 15 de Janeiro. No final do Conselho de Ministros, o ministro da Presidência, Luís Marques Guedes, sustentou a opção de não mudar a sua política em relação ao Carnaval precisamente no ano em que os portugueses são novamente chamados às urnas em eleições legislativas. Sobre a determinação das autarquias que já tinha decretado tolerância, como Torres Vedras, referiu apenas que "aquilo que decorre da autonomia das autarquias locais às autarquias locais deve ser perguntado".
Mais longe foi, entretanto, o Governo Regional da Madeira, que decidiu conceder tolerância de ponto nos dias 16, 17 e na manhã de 18 de Fevereiro em todos os serviços, institutos e empresas públicas sob a sua tutela. O executivo que já deixou de ser liderado por Alberto João Jardim – as eleições antecipadas já foram marcadas para 29 de Março – justificou o alargamento da benesse como um "gesto de reconhecimento, em fim de mandato, dada a colaboração indispensável e positiva que sempre recebeu dos seus funcionários, infelizmente também penalizados com as medidas anti-crise do Estado central".