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Baixa de Lisboa passa a ter acesso limitado só a carros de residentes

Parte da avenida da Liberdade, da Baixa e do Chiado, em Lisboa, vão passar a integrar uma zona de emissões reduzidas, o que implicará fortes restrições à circulação de viaturas.

31 de Janeiro de 2020 às 11:47
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A Câmara de Lisboa anunciou esta sexta-feira a criação de uma zona de emissões reduzidas, que abrangerá a parte da Avenida da Liberdade, Baixa e Chiado. Só veículos autorizados poderão circular e o controlo começará a ser feito entre julho e agosto.

 

Na prática, será necessário um dístico para se poder aceder àquela zona e, sendo residente, poder estacionar. Além disso, à exceção dos carros dos residentes e dos que transportem pessoas com cartão de estacionamento de deficientes, só viaturas posteriores a 2000 poderão circular. Estão previstos controlo de acessos que funcionarão todos os dias entre as 6:30 e a meia-noite.

 

O anuncio foi feito pelo presidente da câmara, Fernando Medina. Será uma "transformação impar" na cidade e uma grande mudança da forma como todos podem usufruir da Baixa, dando mais uns passos numa zona que durante décadas foi desenhada para o automóvel, sublinhou o presidente da câmara.

 

Além dos residentes, poderão circular veículos autorizados, como transporte público, serviços públicos essenciais, transporte de menores a escolas, quadrículas e triciclos para atividade turística ou serviços regulares de transporte turístico.

 

O estacionamento será reservado, em toda a zona, a residentes com dístico, com exceção de bolsas para cargas e descargas, tomada e largada de passageiros e outros lugares especiais

Os veículos elétricos (à exceção dos de animação turística) não terão restrições na circulação, mas também não poderão estacionar. Já os residentes, poderão receber convidados, num máximo de 10 convites por mês, estando a ser preparada a forma como poderão comunicar as respetivas matrículsas - através de uma app ou de uma linha telefónica, adiantou Fernando Medina. O transporte de alguem de ou para o hospital também é permitida.

 

Haverá também restrições ao tipo de viaturas sem dístico que poderão circular nesta zona. Terão de cumprir a norma Euro 3 - veículos ligeiros fabricados pós janeiro de 2000 e pesados posteriores a outubro do mesmo ano. Só os veículos mais antigos com dístico de residente ou que transportem pessoas com cartão de estacionamento de deficiente poserão circular à vontade. 

 

A nova área abrange uma parte das freguesias de Santo António, Santa Maria Maior e Misericórdia. Será delimitada a norte pela calçada da Glória, praça dos Restauradores e Martim Moniz; a sul, pelo eixo Cais do Sodré, rua Ribeira das Naus, Praça do Comércio e rua da Alfândega; a nascente pela rua do Arco do Marques de Alegrete, Rua da Madalena e Campo das Cebolas; e a poente pela rua do Alecrim, rua da Misericórdia, rua Nova da Trindade e rua de São Pedro de Alcântara.

 

Pelas contas da autarquia, serão menos 40 mil veículos a circular, uma redução anual de cerca de 60 mil toneladas de CO2 e uma "redução significativa da poluição, que ataca todos, mas sobretudo as crianças, que respiram muito mais do que nós, porque o fazem muito mais vezes", lembrou Medina. Na avenida da Liberdade, recorde-se, o ar excede em 50% o limite máximo recomendado pela União Europeia de dióxido de azoto (em termos de média anual) e o trânsito automóvel é o principal responsável por esses elevados índices de poluição.

 

Mais passeios e ciclóvias

 

Na sequência deste plano, a ideia é ter mais 4,6 hectares de passeios que serão "devolvidos à fruição dos cidadãos", com a redução de cerca de 60% dos lugares de estacionamento, a começar pela avenida da Liberdade. Haverá uma redução de 40% dos lugares de estacionamento destinados a rotação. E, em contrapartida, mais 50% de lugares destinados a residentes.

 

O programa vai também permitir resolver problemas que a Carris enfrenta, nomeadamente "estrangulamentos e atrasos, perdas de centenas de horas provocadas por um estacionamento em cima de uma linha do elétrico", referiu o presidente da autarquia. "Este programa vai permitir melhorar a eficácia dos transportes públicos" em ruas como a de São Paulo, rua da Escola Politécnica ou rua dos Fanqueiros, acrescentou.

 

Por outro lado, a autarquia promete mais 5,7 quilómetros de rede ciclável entre o Marquês e o rio.

 

O plano agora divulgadovai ainda ser apresentado à população das freguesias abrangidas assembleia municipal, para depois se apresentado em câmara.

 

Trata-se de "um dos projetos mais marcantes deste mandato, central" e que se insere no âmbito da Lisboa Capital Verde, sublinhou Fernando Medina. "Uma mudança na forma como vamos viver a baixa de Lisboa".

 

Medina fez questão de agradecer a Manuel Salgado e à sua equipa, enquanto vereador teve um papel essencial.


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