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União Europeia liga incêndios em Portugal às alterações climáticas

As ondas de calor, que segundo Bruxelas tiveram na origem do incêndio em Pedrógão Grande, são 10 vezes mais prováveis devido às alterações climáticas, diz a Comissão Europeia.

Vítor Mota/Correio da Manhã
10 de Julho de 2017 às 11:09
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No primeiro G-20 desde que Donald Trump anunciou que os Estados Unidos iriam sair do Acordo do Paris, as alterações climáticas voltaram a dividir os norte-americanos face aos restantes países.

 

Num comunicado publicado esta segunda-feira, 10 de Julho, onde é assinalado que o acordo de Paris é "irreversível", a Comissão Europeia assinala que a cimeira das 20 economias mais industrializadas do mundo "surge numa altura em que os impactos das alterações climáticas estão a trazer sofrimento e estragos na Europa e no mundo".

 

Entre o primeiro exemplo citado por Bruxelas estão as "dramáticas ondas de calor que provocaram vítimas mortais nos incêndios em Portugal e Espanha e que as alterações climáticas tornaram 10 vezes mais prováveis".

 

Os incêndios de Pedrógrão Grande, em Junho, provocaram 64 mortos no mês passado. Embora as autoridades estejam ainda a investigar as causas do incêndio, vários responsáveis citaram a natureza como a causa mais provável.   

    

Bruxelas acrescenta que a França, Reino Unido, Bélgica, Holanda e Suíça também foram atingidos por temperatura extremas, "originando respostas de emergência para salvar vidas e lidar com os impactos nos transportes e nas infra-estruturas energéticas".

 

Na ausência de uma acção ambiciosa nas alterações climáticas, estes eventos causados por temperaturas extremas podem passar a ser norma, alerta Bruxelas.

 

O Presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou a realização a 12 de Dezembro de uma cimeira sobre o clima e espera "convencer" o seu homólogo norte-americano, Donald Trump, a mudar de opinião.

 

"A 12 de Dezembro próximo, dois anos após a entrada em vigor do acordo de Paris, reunirei uma nova cimeira para encetar novas acções pelo clima, nomeadamente sobre o plano financeiro", disse Emmanuel Macron na conferência de imprensa após o encerramento da Cimeira do G20, citado pela Lusa.

 

O Presidente de França sublinhou que "espera" poder ainda "convencer" o seu homólogo norte-americano, Donald Trump, de voltar a atrás na sua decisão de abandonar o Acordo de Paris sobre a luta contra o aquecimento global.

 

Assegurando que não "desesperará jamais de convencer" Donald Trump, o Presidente francês encerrou a conferência afirmando: "Confirmo-vos, pois, que espero convencê-lo".

 

Os países do G20 chegaram a um compromisso sobre o clima para evitar uma ruptura definitiva com os Estados Unidos após o anúncio da sua saída dos acordos de Paris. O comunicado final foca-se, em parte, na desvinculação dos EUA destes acordos visando a luta contra as alterações climáticas, que são qualificadas como "irreversíveis". 

 

A declaração final diz que os Estados Unidos vão "esforçar-se para trabalhar estreitamente com outros parceiros para facilitar o seu acesso e a utilização mais apropriada e eficaz das energias fósseis e os ajudar a desenvolver energias renováveis e outras fontes de energia limpa".

 

Esta passagem cria uma situação inédita no G20, que valida assim o facto de um dos seus membros poder desenvolver uma política individual, contra a corrente dos outros membros.

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