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Satélites mostram poluição a cair "drasticamente" em Portugal no estado de emergência

Já se nota nos satélites a redução da mancha de poluição sobre Portugal, como consequência do abrandamento que o surto de coronavírus impôs na economia e circulação.

10 de março

10 de março

- Encerramentos dos museus, teatros, monumentos e atividades desportivas em áreas fechadas em Portugal

- Voos para Itália suspensos por 14 dias

11 de março

11 de março

- OMS declarou covid-19 como Pandemia

- Anúncio em Portugal de que todas as escolas serão fechadas nos dias seguintes

14 de março

14 de março

Espanha inclui medidas drásticas restringindo a mobilidade dos cidadãos, exceto para o trabalho, alimentação e farmácia

18 de março

18 de março

- Implementado o controle de fronteira entre Portugal e a Espanha

- Declarado Estado de Emergência em Portugal

26 de março

26 de março

Tráfego aéreo diário nos aeroportos portugueses cai 87%

28 de março

28 de março

A política de isolamento social aparentemente contribui para o achatamento da curva de contágio. 

01 de Abril de 2020 às 15:39
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A qualidade do ar aumentou notoriamente durante o período de emergência nacional que foi decretado no contexto do surto de covid-19, avança o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. E estas diferenças já são visíveis através das imagens de satélite.

As imagens captadas "entre os dias 10 e 28 de março revelam uma redução drástica nos níveis de NO2 devido à redução da atividade económica e dos níveis de mobilidade", observa o ministério.

 

De acordo com o Governo, a redução nas emissões no caso de Lisboa "é mais significativa, chegando aos 80% em alguns locais da capital", enquanto no Porto "a redução atinge os 60% em alguns pontos da cidade".

 

As emissões de dióxido de azoto (NO2) que deram origem a estas imagens têm sido quantificadas pelo Laboratório de Observação da Terra do Centro Internacional de Investigação do Atlântico - AIR Centre, através do satélite Europeu Copernicus Sentinel 5P.

O NO2, ou dióxido de azoto, é gerado sobretudo por emissões resultantes de setores como os transportes e indústria, sendo que "em meio urbano, o tráfego é o principal responsável pelas emissões de poluentes atmosféricos", explica a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), em declarações escritas ao Negócios.

 

A diferença em Portugal vai além dos grandes centros

Já a APA, recorrendo aos dados disponíveis no sistema de informação QualAr, mediu a diminuição de NO2 em várias cidades do país e comparou a semana de 11 a 17 de março -  prévia à declaração do estado de emergência -  com a semana de 18 a 15 de março. A conclusão é que a quebra é maior nas cidades de Coimbra – onde as emissões caíram para metade numa semana -, Portimão e Aveiro, e só a seguir aparece Porto Litoral e Lisboa, com reduções de 30% cada.
O impacto um pouco por todo o mundo
As imagens do satélite Copernicus Sentinel-5P permitiram à Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) divulgar vídeos nos quais se percebe a diminuição dos níveis de NO2 presentes na atmosfera em várias partes do mundo, da Europa à China. No Velho Continente, a diferença, monitorizada entre janeiro e meados de março, é especialmente visível no norte de Itália. No caso da China, os dados foram retirados entre dezembro e março, acompanhando o período de propagação do vírus nesta região. 

Veja a evolução na China. 

Veja a evolução na Europa.

Portugal, mais pequenino

 

Embora a redução das emissões em Portugal seja significativa, o impacto destas diferenças no país a nível global é muito reduzido. Esta avaliação é feita por Carlos Pedro Ferreira, diretor geral da Sondar, uma empresa do grupo ISQ que, enquanto laboratório acreditado e especializado na área de emissões gasosas, se afirma como líder de mercado em Portugal.

Tomando como base o ano de 2017 – o último para o qual a APA tem dados disponíveis em relação aos níveis de CO2 - "o significado simples é que as emissões de Portugal de CO2 equivalente (dióxido de carbono com contribuições residuais de outros gases), num ano, são somente cerca de 8% do que se reduz por dia com a quebra de consumo de petróleo a nível mundial devido ao covid-19", compara o CEO, em declarações enviadas ao Negócios.

 

Os dados a que se refere, relativos a 2017, mostram as diferentes contribuições, por setor, para as emissões de dióxido de carbono equivalente na atmosfera, em Portugal. Verifica-se que o setor energético, a indústria e o transporte rodoviário, correspondem às principais fontes de emissão no país.




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