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Obama traz alterações climáticas e ao trânsito no Porto

O ex-presidente dos EUA vem esta sexta-feira a Portugal lançar o Porto Protocol e também o caos na Baixa da cidade. O Coliseu está reservado a três mil convidados, já alertados para as apertadas regras de segurança.

Reuters
05 de Julho de 2018 às 17:04
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Barack Obama vai apadrinhar esta sexta-feira, 6 de Julho, o lançamento do "Porto Protocol", apresentado como "um documento de compromisso para a comunidade empresarial na luta contra as alterações climáticas". A presença do ex-presidente dos Estados Unidos na cidade está a justificar rigorosas medidas de segurança e promete condicionar o trânsito na Invicta.

 

Agendada para a sala de espectáculos do Coliseu entre as 10:30 e as 16:30, a Climate Change Leadership Porto Summit 2018 decorre à porta fechada e a entrada está reservada apenas para as cerca de três mil pessoas convidadas pelos patrocinadores e pela organização, que já advertiu que não será permitida a gravação da intervenção do principal orador do evento.

 

O antecessor de Donald Trump, que da parte da manhã estará em Madrid (Espanha) como convidado de honra de uma cimeira sobre economia circular e inovação, vai subir ao palco às 15 horas. Na presença de Juan Verde, presidente da Advanced Leadership Foundation, está prevista uma conversa de uma hora, baseada em cerca de duas dezenas de perguntas previamente seleccionadas e aprovadas pelo seu gabinete.

 

A autarquia já alertou que haverá restrições de circulação e estacionamento nas imediações do Coliseu, sendo que a Rua Passos Manuel (no troço entre a Praça dos Poveiros e Santa Catarina) e a Rua Dr. Alves da Veiga (entre a Rua Formosa e a Fernandes Tomás) vão estar mesmo encerradas ao trânsito entre a meia-noite e as 18 horas. E os participantes foram informados que não é permitido entrar com mochilas, sacos, máquinas fotográficas, computadores portáteis, garrafas ou "qualquer outro objecto que coloque em causa a segurança do evento", assim como "não poderão sair do recinto durante a conferência e, mais especificamente, durante o período de almoço".

 

Segundo noticiou o Expresso, Obama deverá cobrar meio milhão de euros para participar nesta cimeira, sendo que os custos totais com a deslocação do ex-presidente norte-americano podem dobrar esse valor. Antes de subir ao palco, de acordo com uma nota divulgada esta tarde pelo Governo, vai ter um "encontro privado" com o ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, nesta sala de espectáculos que precisa de obras urgentes de requalificação, avaliadas em mais de seis milhões de euros. Embora nada conste da agenda oficial de Marcelo Rebelo de Sousa, o chefe de Estado vai estar também na Invicta ao final da tarde de sexta-feira para inaugurar a exposição "Boa Viagem, Senhor Presidente! 100 anos da Primeira Visita de Estado", na Alfândega.

Painel de luxo e compromisso escrito

 

Além de Obama e Juan Verde, nesta iniciativa focada na apresentação de soluções para esta problemática ambiental vão ser oradores o antigo vice-presidente do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC) das Nações Unidas e Prémio Nobel da Paz em 2007, Mohan Munasinghe; e Irina Bokova, ex-directora-geral da UNESCO derrotada por António Guterres na corrida a secretário-geral da ONU, que deve abordar especificamente as ameaças climatéricas e as formas de proteger o vale do Douro e o centro histórico do Porto, ambos listados como Património Mundial pela organização que dirigiu.

 

Organizada pela The Fladgate Partnership (grupo que detém as marcas de vinho do Porto Taylor’s, Croft e Fonseca, ou os hotéis Yeatman, Vintage House e o histórico e renovado Infante Sagres), pela Câmara Municipal do Porto, pelo Instituto da Vinha e do Vinho, pela Associacão Comercial do Porto, pela The American College in Spain e pela Advanced Leadership Foundation, esta cimeira é o ponto de partida para o "Porto Protocol".

 

Descrito pela empresa vitivinícola que dá de beber a meio mundo como "um compromisso escrito, formal e assinado pelas empresas, onde estão expressas as suas metas individuais no âmbito das alterações climáticas", é ressalvado que "cada empresa, mediante o seu nível de envolvimento prévio com a temática, definirá quais são os seus contributos". Além dos organizadores, a BA Vidros, Corticeira Amorim, Sonae e PricewaterhouseCoopers são algumas das empresas que já formalizaram a adesão a este acordo que ambiciona saltar as barreiras nacionais.

 

Se 10% das pessoas saírem da conferência com vontade de fazer coisas e diminuir o impacto negativo ambiental, o evento é um grande sucesso. Adrian Bridge, director-geral da The Fladgate Partnership

 

Para Março de 2019 está já marcado um evento sobre este tema destinado especificamente ao sector do vinho, designado "Climate Change Leadership Conference - Solution for the Wine Industry". O director-geral da Fladgate, Adrian Bridge, referiu à agência Lusa que está a pensar organizar outra grande conferência em torno desta temática em 2021, acreditando que a partir do Porto e de Portugal é possível "liderar o assunto mundialmente".

 

"Todos somos responsáveis por encontrar soluções, não há uma solução mágica que apareça em dois ou três anos, sem fazer nada agora. Isso não é possível na área climática. É urgente e sei que qualquer pessoa que sofreu o ano passado, com os incêndios no centro do país, entende bem os riscos que existem", sublinhou o gestor, concluindo que "se 10% das pessoas saírem com vontade de fazer coisas e diminuir o impacto negativo ambiental, o evento é um grande sucesso".

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