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O que fazer com tanto lixo

A culpa é da sociedade de consumo em que vivemos. Os produtos e equipamentos que antes duravam anos agora são substituídos num espaço de meses por aparelhos e roupas novas, e o mau hábito estende-se aos electrodomésticos, mobiliário e carros.

O que fazer com tanto lixo
27 de Abril de 2010 às 11:25
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A culpa é da sociedade de consumo em que vivemos. Os produtos e equipamentos que antes duravam anos agora são substituídos num espaço de meses por aparelhos e roupas novas, e o mau hábito estende-se aos electrodomésticos, mobiliário e carros.

A facilidade de aquisição e o desgaste dos materiais empurra os utilizadores para um ciclo de substituição mais curto. No lixo doméstico é a acumulação de embalagens de vários tipos que faz aumentar consideravelmente o volume e o peso dos resíduos que todos os dias são entregues, com ou sem separação por tipo, aos sistemas de recolha municipais.

Só na União Europeia são gerados todos os anos 1,3 mil milhões de toneladas de lixo, sendo 40 milhões de toneladas de lixo tóxico. Em média cada europeu produz anualmente 520 quilogramas (Kg) de resíduos domésticos por ano, um número já impressionante e que tende a aumentar. Segundo dados da OCDE, é possível que até 2020 o lixo produzido por cada indivíduo aumente em 45% face ao volume gerado em 1995, à medida que se aceleram hábitos de consumo.

Uma tendência que é preciso inverter para não sermos literalmente submersos pelos desperdícios que criamos. O impacto negativo deste ciclo de desperdício sobre o ambiente não pode ser ignorado. Todas as medidas tentam evitar a proliferação do lixo e reduzir as suas consequências.

A primeira opção passa por reduzir a criação de lixo e a utilização de materiais tóxicos nos produtos, para facilitar a sua reciclagem. Entre as medidas possíveis, contam-se as técnicas para operacionalizar os processos de produção e o incentivo ao uso de produtos verdes, mais amigos do ambiente.

Mas como não é possível eliminar todo o desperdício, a reciclagem é a opção a seguir, reduzindo o impacto ambiental do lixo. Só em último caso a opção deverá passar por soluções de incineração ou de aterro, a solução ambientalmente mais pesada dada a ocupação de terrenos e os riscos de emissões de gases e de contaminação dos lençóis de água. As metas definidas para reciclagem do lixo têm por isso vindo a aumentar. Alguns países da Europa já reciclam mais de 50% das embalagens, estando agora focada nos carros velhos, equipamentos eléctricos e electrónicos e baterias, que contêm materiais altamente tóxicos.

Em Portugal um dos problemas continua a centrar-se nas elevadas taxas de aterro e no baixo recurso à reciclagem.

À margem do lixo urbano, a Quercus alerta ainda para dois pontos negros, relacionados com as lamas das Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) e os resíduos de construção e demolição. A falta de unidades de tratamento deste tipo de lixos e a sua quantidade levam a soluções pouco ecológicas, como o aterro sem precauções ou as descargas ilegais.

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