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Marcelo diz que baixar nível de alerta vulcânico em São Jorge seria "precipitação"
“Seria um facilitismo. Não que não houvesse sinais que convidassem alguns a defender isso. Havia, mesmo especialistas. Mas, na ponderação, [entendeu-se] que era um mau sinal dado para a opinião pública", declarou o Presidente da República.
Marcelo Rebelo de Sousa, considerou hoje que seria uma "precipitação" e um "facilitismo" reduzir o nível de alerta vulcânico em São Jorge, que se encontra em V4, o que significa ameaça de erupção.
"Baixar o nível de alerta de V4 para [V]3 seria uma precipitação. Seria um facilitismo. Não que não houvesse sinais que convidassem alguns a defender isso. Havia, mesmo especialistas. Mas, na ponderação, [entendeu-se] que era um mau sinal dado para a opinião pública", declarou o Presidente da República.
O chefe de Estado falava hoje aos jornalistas nas Velas, em São Jorge, após o 'briefing' diário de atualização da crise sismovulcânica na ilha açoriana.
Para Marcelo Rebelo de Sousa, reduzir o nível de alerta seria "dizer à opinião pública que o problema estava resolvido".
A ilha mantém o nível de alerta vulcânico V4 (ameaça de erupção) de um total de sete, em que V0 significa "estado de repouso" e V6 "erupção em curso".
Marcelo Rebelo de Sousa destacou que existe uma "monitorização que tem vindo a melhorar no tempo", que permite "ter mais dados para acompanhar a situação" sismovulcânica.
"A última avaliação que está disponível mostra que nos últimos dias existiu uma subida de frequência, não comparável com as fases críticas do início, e uma redução clara na intensidade [dos sismos]", afirmou.
Acompanhado pelo ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, o Presidente da República reforçou que existe uma "capacidade instalada" que permite dar "resposta a todos os cenários", acrescentando que essa capacidade pode ainda ser reforçada quer através de meios regionais, quer nacionais.
Marcelo Rebelo de Sousa insistiu em que, "face à capacidade de resposta", existem "sinais para ter confiança" e apelou à "normalidade".
"Há que ter a posição que ontem [sexta-feira] defendi: confiança com sentido de responsabilidade. Saber que a realidade tem de ser acompanhada, monitorizada e ter a resposta à altura. Não é dizer que o problema está resolvido e vamos todos para casa", declarou.
O Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA) registou na ilha de São Jorge um sismo sentido desde as 22:00 (mais uma hora em Lisboa) de sexta-feira até às 10:00 de hoje.
De acordo com o comunicado diário do CIVISA, até ao momento foram identificados 246 sismos sentidos pela população.
O sismo sentido esta noite foi registado às 01:28, com magnitude de 1,6 na escala de Richter, tendo epicentro a um quilómetro das Velas, e foi sentido com o grau III na escala de Mercalli Modificada em Santo Amaro.
A atividade sísmica que tem vindo a registar-se desde as 16:05 do dia 19 de março na ilha de São Jorge, ao longo de uma faixa desde a Ponta dos Rosais até à zona do Norte Pequeno, na Silveira, "continua acima do normal".
O sismo mais energético ocorreu no dia 29 de março, às 21:56, e teve magnitude de 3,8 na escala de Richter.