Notícia
João Branco: O desinvestimento em combustíveis fósseis ganhou força
As Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (UNFCCC, na sigla em inglês) chegaram a um acordo no passado dia 12 de dezembro, em Paris, traçando um novo rumo para as próximas décadas, no que diz respeito ao combate às alterações climáticas.
19 de Janeiro de 2016 às 07:00
João Branco, Licenciado em Eng.ª Florestal, foi membro da direcção do EEB entre 2012 e 2015, actualmente presidente da direcção nacional da Quercus, ANCN
As Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (UNFCCC, na sigla em inglês) chegaram a um acordo no passado dia 12 de dezembro, em Paris, traçando um novo rumo para as próximas décadas, no que diz respeito ao combate às alterações climáticas.
Culminando numa negociação de mais de 6 anos, este novo Acordo acaba com a diferenciação marcada que existia, no Protocolo de Quioto, entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, substituindo-o por um quadro comum que obriga todos os países a apresentar os seus compromissos mais ambiciosos na redução de gases com efeito de estufa e ainda a fortalecê-los nos próximos anos.
O forte impulso em direcção a um acordo que foi construído ao longo dos meses anteriores e sublinhada no dia da abertura da cimeira com a presença de 150 presidentes e primeiros-ministros, o maior encontro que alguma vez num único dia de chefes de Estado. Este impulso veio também a partir de uma vasta gama de "actores não-estatais", incluindo governantes, empresas e sociedade civil.
Uma delas foi a campanha pelo desinvestimento em combustíveis fósseis atingiu um novo recorde na COP21, onde mais de 500 instituições que representam mais de 3,4 triliões de dólares em activos assumiram algum tipo de compromisso de desinvestimento. O anúncio foi feito pelas organizações 350.org e Divest-Invest, promotoras da campanha, e representa um salto importante. Este anúncio seguiu-se a outro, de Bill Gates e de um grupo de investidores, que, no primeiro dia da COP 21, lançaram uma nova coligação privada (e milionária) para apoiar a inovação na área das energias limpas - a Breakthrough Energy Coalition. Entre as entidades que já assumiram o desinvestimento nos combustíveis fósseis incluem-se a seguradora europeia Allianz, o Rockefeller Brothers Fund, o fundo de pensões holandês PFZW, a London School of Economics e outras cinco universidades britânicas, a par de cidades como Oslo, Bordéus ou Melbourne, entre outras.
Estes novos objectivos e compromissos que saíram da COP 21 enviam um sinal forte a todo o mundo que a transição dos combustíveis fósseis para 100% de energias renováveis precisa de acontecer muito mais depressa e a uma escala muito maior. Esta transição é essencial quer em países desenvolvidos, quer em países em desenvolvimento. Neste âmbito é fundamental que o desenvolvimento tecnológico, desenvolvimento e inovação no que diz respeito às energias renováveis e eficiência energética tenha agora um forte impulso.
No entanto é muito importante que a expansão das energias renováveis não se faça à custa da perda da biodiversidade. É muito importante que os novos investimento sejam efectuados fora das áreas protegidas e dos parques naturais. Infelizmente há uma grande pressão para efectuar investimentos de energias renováveis (como parques eólicos por exemplo) dentro de parques naturais pois há disponibilidade de áreas e os terrenos são mais baratos. Também são de evitar investimentos de grande impacto ambiental e social como as grandes barragens.
Por outro lado vai ser fundamental que este conhecimento tecnológico que está sobretudo nos países desenvolvidos, seja transferido para os países em desenvolvimento para que esta transição energética seja mais rápida sempre tendo em conta que a conservação da natureza e das espécies tem de ser acautelada. Neste futuro energeticamente diferente, mais limpo e para um planeta climaticamente mais resiliente a tecnologia e a inovação terá um papel fundamental e a Europa tem aqui um lugar cimeiro.
As Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (UNFCCC, na sigla em inglês) chegaram a um acordo no passado dia 12 de dezembro, em Paris, traçando um novo rumo para as próximas décadas, no que diz respeito ao combate às alterações climáticas.
O forte impulso em direcção a um acordo que foi construído ao longo dos meses anteriores e sublinhada no dia da abertura da cimeira com a presença de 150 presidentes e primeiros-ministros, o maior encontro que alguma vez num único dia de chefes de Estado. Este impulso veio também a partir de uma vasta gama de "actores não-estatais", incluindo governantes, empresas e sociedade civil.
Uma delas foi a campanha pelo desinvestimento em combustíveis fósseis atingiu um novo recorde na COP21, onde mais de 500 instituições que representam mais de 3,4 triliões de dólares em activos assumiram algum tipo de compromisso de desinvestimento. O anúncio foi feito pelas organizações 350.org e Divest-Invest, promotoras da campanha, e representa um salto importante. Este anúncio seguiu-se a outro, de Bill Gates e de um grupo de investidores, que, no primeiro dia da COP 21, lançaram uma nova coligação privada (e milionária) para apoiar a inovação na área das energias limpas - a Breakthrough Energy Coalition. Entre as entidades que já assumiram o desinvestimento nos combustíveis fósseis incluem-se a seguradora europeia Allianz, o Rockefeller Brothers Fund, o fundo de pensões holandês PFZW, a London School of Economics e outras cinco universidades britânicas, a par de cidades como Oslo, Bordéus ou Melbourne, entre outras.
Estes novos objectivos e compromissos que saíram da COP 21 enviam um sinal forte a todo o mundo que a transição dos combustíveis fósseis para 100% de energias renováveis precisa de acontecer muito mais depressa e a uma escala muito maior. Esta transição é essencial quer em países desenvolvidos, quer em países em desenvolvimento. Neste âmbito é fundamental que o desenvolvimento tecnológico, desenvolvimento e inovação no que diz respeito às energias renováveis e eficiência energética tenha agora um forte impulso.
No entanto é muito importante que a expansão das energias renováveis não se faça à custa da perda da biodiversidade. É muito importante que os novos investimento sejam efectuados fora das áreas protegidas e dos parques naturais. Infelizmente há uma grande pressão para efectuar investimentos de energias renováveis (como parques eólicos por exemplo) dentro de parques naturais pois há disponibilidade de áreas e os terrenos são mais baratos. Também são de evitar investimentos de grande impacto ambiental e social como as grandes barragens.
Por outro lado vai ser fundamental que este conhecimento tecnológico que está sobretudo nos países desenvolvidos, seja transferido para os países em desenvolvimento para que esta transição energética seja mais rápida sempre tendo em conta que a conservação da natureza e das espécies tem de ser acautelada. Neste futuro energeticamente diferente, mais limpo e para um planeta climaticamente mais resiliente a tecnologia e a inovação terá um papel fundamental e a Europa tem aqui um lugar cimeiro.