A EDP vai investir este ano dez milhões de euros no InovCity, em Évora, num projecto que já abrange 27 dos 31 mil habitantes previstos da cidade. O projecto foi desenvolvido pela EDP Distribuição, com o apoio de parceiros nacionais de produção industrial, de tecnologia e investigação (EDP Inovação, Lógica, Inesc Porto, Efacec, Janz e Contar). Visa dotar a rede eléctrica de informação e equipamentos capazes de automatizar a gestão das redes, melhorar a qualidade de serviço, diminuir os custos de operação, promover a eficiência energética e a sustentabilidade ambiental e potenciar a penetração das energias renováveis. A sua utilização permite controlar e gerir, ao momento, o estado de toda a rede de distribuição de electricidade, diminuindo significativamente o tempo de duração de eventuais interrupções de serviço.

O programa permite aos clientes terem um papel mais activo na gestão diária dos seus consumos. Devido à oferta de novos tarifários e serviços, pode contribuir para a redução da factura energética de cada um deles.

Os operadores também são beneficiados, devido ao reforço do controlo das perdas de energia eléctrica na operação de transporte de distribuição.

Os comercializadores, por seu turno, podem disponibilizar planos de preços permanentemente adaptados a cada perfil e necessidades de consumo. Através de empresas de serviços energéticos, é também possível aceder a soluções integradas de domótica para interagir com aparelhos de consumo doméstico.

O projecto InovCity contribui também para que o investimento em capacidade de produção seja menor, pois dá espaço de manobra à micro-produção de energia, opção recentemente aberta pelo Governo às famílias, empresas e instituições públicas. A rede inteligente de energia potencia o volume de energia que qualquer utilizador da rede pode produzir em sua casa, a partir de painéis solares fotovoltaicos ou pequenas turbinas eólicas, adaptando as condições técnicas de exploração da rede em função dessa produção.

A utilização, em Évora, das "power boxes" permitiu reduzir o consumo de energia entre 10% e 20%, disse recentemente o presidente da EDP, António Mexia. "Há uma mudança de modelo de negócio. Hoje estão ligados à rede dez mil micro produtores em Portugal. As redes inteligentes são fundamentais para gerir isto. Mais de 50% do consumo industrial já é lido com telecontagem", realçou o presidente da empresa de energia.