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Centeno: dívida comum da UE para transição energética "não deve ser desperdiçada"

Combate às alterações climáticas toca a todos e não é uma corrida de 100 metros, mas de longo prazo, avisa o governador do Banco de Portugal. Por isso, Mário Centeno defende a dívida conjunta da UE e uma implementação eficiente do PRR.

Miguel Baltazar / Cofina Media
08 de Abril de 2022 às 10:27
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O governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, defende que a emissão de dívida conjunta pela União Europeia para financiar a transição energética "não deve ser desperdiçada" e apela a que o plano de recuperação e resiliência (PRR) seja "implementado de forma eficiente".

Na conferência "Negócios Sustentabilidade 20 | 30", promovida pelo Negócios, o antigo ministro das Finanças diz que a transição climática "não é uma corrida de 100 metros, mas um processo longo" e que deve ser uma preocupação de todos, do Estado, passado pelas empresas e sociedades financeiras e também dos bancos centrais. 

"Ninguém pode demitir-se de participar no esforço coletivo de combate às alterações climáticas, de descarbonização da economia e da promoção de economia circular", frisou Mário Centeno.

O ex-ministro lembrou que, para isso, serão necessários investimentos adicionais significativos (com as estimativas do FMI, por exemplo, a apontar por investimentos até 1% do PIB todos os anos), associados a financiamento (público e privado) também ele elevado. 

Recordando que o Plano de Recuperação e Resiliência prevê um conjunto de reformas e investimentos "essenciais" na área ambiental (cerca de 38% do total do envelope de 16,4 mil milhões de euros), o governador do Banco de Portugal sublinhou que "uma implementação eficiente dos projetos é essencial para aumentar a produtividade da economia portuguesa, mas também para a transição climática".

Além destes fundos, Centeno lembrou a dívida comum que a União Europeia está a emitir para financiar estes investimentos, no âmbito do NextGenerationEU. "Não deve ser desperdiçada, sob pena de, nesta altura de partilha de risco mais aprofundado da europa, ser dado como perdido", alertou.

"Só uma implementação eficiente do NextGenerationEU permite dar continuidade a esse momento de integração europeia gerado em 2020", disse.

No encerramento da sua intervenção, Mário Centeno considerou ainda que "a única coisa que não se pode fazer é adiar". Para o governador, os custos de adiar políticas públicas e ações dos privados "serão muito provavelmente muito superiores aos de agir já", mesmo perante a incerteza da conjuntura e a falta de dados. 

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