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A produção mais limpa não chega, é preciso limitar consumos

Os ganhos na melhoria da eficiência energética podem ser anulados pela subida dos consumos

26 de Abril de 2010 às 12:32
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Os ganhos na melhoria da eficiência energética podem ser anulados pela subida dos consumos

É habitual associar a escassez de recursos a sociedades e países mais pobres, onde a água e os alimentos são um bem a que nem todos têm acesso fácil. Mas nos últimos anos os países mais desenvolvidos sentiram na pele e nos bolsos o impacto de um aumento de preços da energia, que afectou economias muito dependentes dos combustíveis fósseis para a produção, o aquecimento doméstico e os transportes.

Esta crise voltou a trazer para a primeira linha a discussão sobre a eficiência energética e a utilização de recursos. Com preços de energia elevados e instáveis, e com as reservas naturais de petróleo e de gás concentradas nas mãos de poucos países, multiplicaram-se os riscos da dependência da energia e aumentou a necessidade de se optar pelas energias renováveis.

Retrato português

Com poucos recursos energéticos próprios na área do petróleo, carvão e gás, Portugal apresenta um potencial elevado no aproveitamento de fontes alternativas, como o Sol, o vento e as marés, que podem ser exploradas para reduzir a dependência das importações de energia e o saldo negativo da balança comercial.

A produção com recurso a fontes de energia renováveis é, no entanto, apenas uma das vertentes a considerar. Há também que apostar na redução de consumos. Numa comparação com a média da União Europeia, Portugal tem uma procura de energia per capita mais baixa, mas a intensidade energética é superior, já que este indicador relaciona a procura com o Produto Interno Bruto (PIB). Desde 1997 que Portugal tem vindo a piorar a sua posição relativa, apesar da inversão na intensidade energética registada nos últimos anos, referem dados da Agência da Energia e da Direcção Geral de Energia e Geologia.

Esta avaliação mostra que foi invertida a relação entre o crescimento económico e o dos consumos de energia, com o segmento dos transportes e residencial a convergir com a intensidade energética europeia, enquanto a área dos serviços registou um forte aumento, contrariando a tendência registada nos congéneres europeus. Neste contexto são vários os especialistas que temem que as iniciativas para aumentar a eficiência energética sejam anuladas pela subida dos consumos.

O papel dos cidadãos, na forma como utilizam a energia eléctrica, a água e os combustíveis fósseis, tornou-se prioritário para reduzir os consumos e permitir alcançar as metas definidas de eficiência energética e de redução das emissões. Apostar na produção de energia a partir de fontes renováveis, só por si, não chega.

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