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Troika diz aos deputados que a "austeridade é para continuar"

Os vários grupos parlamentares saíram da ultima reunião com os representantes da troika com a mesma conclusão: "os cortes estão para ficar" e "há um longo caminho para percorrer".

Sara Matos/Negócios
22 de Abril de 2014 às 23:40
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Os representantes do FMI, Comissão Europeia e Banco Central Europeu reuniram-se terça-feira com os vários grupos parlamentares, naquele que foi o último encontro no âmbito do programa de assistência financeira, que entrou agora na 12ª e última avaliação. O que mais se ouviu à saída foi que a austeridade e os cortes estão para ficar e que, como afirmaria o deputado do PCP, Miguel Tiago, "limpa ou não, não há outra saída".

Pedro Marques, do PS, seguiu um tom bastante semelhante. "Ficou claro que vamos ter mais cortes, pelos menos aqueles que transformam em permanente o que o Governo sempre disse que era extraordinário", disse à saída do encontro. Ainda que não se tenha falado sobre as medidas para 2015, que estarão plasmadas no Documento de Estratégia Orçamental (DEO), "os cortes permanentes, ficou claro que vão acontecer" e "perspectiva-se a ideia de continuidade", com mais austeridade, concluiu o deputado.

E foi também austeridade que o Bloco de Esquerda encontrou nas palavras da troika. "Há uma predisposição para realizar uma pressão muito forte neste sprint final do programa" no sentido de "todos os cortes serem não só garantidos, como aprofundados", explicou Luís Fazenda.

Miguel Frasquilho, do PSD, escolheu palavras diferentes para comentar o encontro, salientando sempre o facto de ser o último, mas o tom foi também o de que, apesar de a troika estar de saída, "convém não embandeirar em arco, pois temos um longo e difícil caminho pela frente". Frasquilho não quis falar em cortes, mas afirmou que o seu partido já antes tinha transmitido à troika que "o ajustamento salarial no grosso da economia está feito, é natural que na esfera pública possam ainda surgir algumas medidas, mas que não agravarão a factura".

Consenso, pede o PSD

Por outro lado, alerta o FMI, será necessário assegurar um consenso político que garanta que no futuro próximo não haverá novos aumentos de despesa nem descidas de impostos. E foi ao consenso que Miguel Frasquilho aproveitou também para apelar. Lembrando que o PS está também "comprometido" com o Tratado Orçamental, o deputado do PSD colocou mais uma vez a tónica na necessidade de Governo e oposição se porem de acordo. "Transmitimos à troika a nossa total disponibilidade para o consenso e para a trajectória que vai ser percorrida nos próximos anos", afirmou, sublinhando que "a maioria está bastante coesa e realista quanto ao que é preciso ser feito" e que esperam que o PS se lhes "reúna".

Cecília Meireles, que comentou o encontro em nome do CDS-PP, limitou-se a dizer que esta foi a última reunião com a troika, o que significa que "Portugal vai ultrapassar esta página da sua história que não é feliz".

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