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Troika anuncia que "entidade independente" vai avaliar programa de ajustamento

Ideia foi transmitida aos parceiros sociais pelos técnicos da troika, que hoje estiveram numa reunião de concertação social. Resultados deverão ser conhecidos dentro de seis meses.

Sara Matos/Negócios
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Os técnicos da troika anunciaram esta quarta-feira aos parceiros sociais que dentro de seis meses será feita uma avaliação do programa de ajustamento por uma "entidade independente".

 

A interpretação de patrões e sindicatos sobre o trabalho que será desenvolvido por esta entidade, de composição desconhecida, é no entanto diferente.

 

Para as confederações patronais, o objectivo é fazer "uma avaliação de como correu o programa", explicou Joao Vieira Lopes, da CCP.

 

"A minha interpretação é que se fará uma avaliação das medidas tomadas nos últimos três anos, do seu impacto e resultados", disse o presidente da CCP, para quem o discurso dos técnicos ficou marcado por "auto-elogios".

 

"É uma auditoria ao programa de ajustamento", referiu por seu lado Antonio Saraiva, da CIP, acrescentando que os técnicos da troika reconheceram que há "desvios" entre os objectivos iniciais e os resultados obtidos.

 

Já Arménio Carlos, da CGTP, referiu que esta visita poderá servir para controlar o trabalho que ainda será feito ao longo do ano sobre salários e pensões.

 

"Estes três representantes podem deixar de vir cada três meses. [Mas] foi anunciado que dentro de seis meses Portugal será sujeito a uma nova avaliação por uma entidade independente", referiu Arménio Carlos. "Vamos continuar a ter um polícia", disse. "Não conhecemos a farda mas ele está aí", acrescentou.

 

Carlos Silva, da UGT, desvalorizou esta interpretação. "Não estou a ver como é que uma entidade externa nos pode condicionar", referiu.

 

"O senhor Subir Lall disse claramente que a partir do momento da saída da troika cabe aos portugueses, ao Governo, aos parceiros sociais, a cada um de nós, decidir qual é o futuro para o País", acrescentou o secretário-geral da UGT.

 

Durante a reunião que durou mais de duas horas a troika insistiu na flexibilização da legislação laboral. Em cima da mesa está uma nova suspensão das convenções colectivas que limite o custo das horas extra e dos dias de férias, bem como a redução das indemnizações por despedimento ilícito.

 

 

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