Notícia
Um novo modelo de feira
A Associação Portuguesa de Antiquários lança um novo modelo de feira de antiguidades e de arte, assente numa curadoria centrada na exibição de peças de valor maior.
10 de Novembro de 2018 às 09:00
Como sabem todos aqueles que de algum modo têm uma ligação ou um interesse nas várias dimensões da arte, temos um problema grave com as feiras em território nacional. As feiras que foram sendo realizadas nas últimas décadas, bem como as que agora se realizam anualmente, submetem-se primeiro a um problema de periferia, já que a fraca capacidade económica da procura nacional afasta as galerias da primeira liga global.
No entanto, se fosse este o único problema, a situação não seria especialmente dramática, já que o mercado ibérico e sul-americano, que constitui o grosso da oferta das feiras em território nacional, pode ter sustentabilidade suficiente para os coleccionadores e investidores. O problema maior é que as feiras de arte em território nacional sofrem ainda de uma curadoria deficiente e de falta de controlo do valor. A curadoria deficiente manifesta-se, essencialmente, no domínio da quantidade em lugar da qualidade, o que gera uma enorme dispersão.
A falta de controlo do valor dá-se porque os agentes da oferta insistem numa hipervalorização monetária das obras que exibem, sem racionais que a suportem. Assim, as várias feiras que existiram e existem não são grandes experiências para a procura, fazendo com que persista violentamente a necessidade de novos modelos.
É exactamente isto que a Associação Portuguesa de Antiquários (APA) irá tentar fazer da próxima quarta-feira até domingo, isto é, criar e aplicar um novo modelo de feira. A APA aposta primeiro numa dupla oferta, de antiguidades e de arte. Aposta de seguida numa curadoria cuidada dos agentes, que começa na opção de dar um lugar de presença apenas a um número limitado de antiquários e galerias, que são a Galeria São Mamede, Ilídio Cruz, Ricardo Hogan, J. Baptista, João Ramada, D'Orey, Isabel Lopes da Silva, Coisas de Família, Manuel Castilho, Galeria Bessa Pereira, Objectismo, Porcelana da China, Luís Alegria, Casa d'Arte e Manuela Verde Lírio.
A lista mostra que existem ausências importantes, mas também presenças com espólio de valor, e outras que são incógnitas. Mas a curadoria da APA estende-se, garante a associação, às próprias peças que estarão em exibição. Assim, diz a APA, antes da abertura da feira, todas as peças serão submetidas à avaliação de uma comissão de peritos, que dará parecer sobre o valor real de cada uma, comprometendo-se os agentes da oferta a exibirem apenas as peças maiores. É um modelo curioso, que gera expectativa. A feira irá realizar-se no espaço da Sociedade Nacional de Belas Artes.
Nota ao leitor: Os bens culturais, também classificados como bens de paixão, deixaram de ser um investimento de elite, e a designação inclui hoje uma panóplia gigantesca de temas, que vão dos mais tradicionais, como a arte ou os automóveis clássicos, a outros totalmente contemporâneos, como são os têxteis, o mobiliário de design ou a moda. Ao mesmo tempo, os bens culturais são activos acessíveis e disputados em mercados globais extremamente competitivos. Semanalmente, o Negócios irá revelar algumas das histórias fascinantes relacionadas com estes mercados, partilhando assim, de forma independente, a informação mais preciosa.
No entanto, se fosse este o único problema, a situação não seria especialmente dramática, já que o mercado ibérico e sul-americano, que constitui o grosso da oferta das feiras em território nacional, pode ter sustentabilidade suficiente para os coleccionadores e investidores. O problema maior é que as feiras de arte em território nacional sofrem ainda de uma curadoria deficiente e de falta de controlo do valor. A curadoria deficiente manifesta-se, essencialmente, no domínio da quantidade em lugar da qualidade, o que gera uma enorme dispersão.
É exactamente isto que a Associação Portuguesa de Antiquários (APA) irá tentar fazer da próxima quarta-feira até domingo, isto é, criar e aplicar um novo modelo de feira. A APA aposta primeiro numa dupla oferta, de antiguidades e de arte. Aposta de seguida numa curadoria cuidada dos agentes, que começa na opção de dar um lugar de presença apenas a um número limitado de antiquários e galerias, que são a Galeria São Mamede, Ilídio Cruz, Ricardo Hogan, J. Baptista, João Ramada, D'Orey, Isabel Lopes da Silva, Coisas de Família, Manuel Castilho, Galeria Bessa Pereira, Objectismo, Porcelana da China, Luís Alegria, Casa d'Arte e Manuela Verde Lírio.
A lista mostra que existem ausências importantes, mas também presenças com espólio de valor, e outras que são incógnitas. Mas a curadoria da APA estende-se, garante a associação, às próprias peças que estarão em exibição. Assim, diz a APA, antes da abertura da feira, todas as peças serão submetidas à avaliação de uma comissão de peritos, que dará parecer sobre o valor real de cada uma, comprometendo-se os agentes da oferta a exibirem apenas as peças maiores. É um modelo curioso, que gera expectativa. A feira irá realizar-se no espaço da Sociedade Nacional de Belas Artes.
Nota ao leitor: Os bens culturais, também classificados como bens de paixão, deixaram de ser um investimento de elite, e a designação inclui hoje uma panóplia gigantesca de temas, que vão dos mais tradicionais, como a arte ou os automóveis clássicos, a outros totalmente contemporâneos, como são os têxteis, o mobiliário de design ou a moda. Ao mesmo tempo, os bens culturais são activos acessíveis e disputados em mercados globais extremamente competitivos. Semanalmente, o Negócios irá revelar algumas das histórias fascinantes relacionadas com estes mercados, partilhando assim, de forma independente, a informação mais preciosa.