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O Pecado para todos

Como o informado leitor já deve saber, a Apple lançou pela primeira vez um iPhone "low cost". É um iPhone tão barato que quase pode ser adquirido por miúdos chineses que montam telemóveis de marca. O novo modelo começa a ser vendido a 20 de Setembro, em cinco cores, mas poderá demorar até Dezembro a chegar a Portugal – na Europa, o preço deverá ser de 75 euros. Para mim, esta notícia é muito importante porque este novo modelo acaba com o cliché argumentativo de direita: "estavam todos na manif do desemprego mas a falar ao iPhone".

13 de Setembro de 2013 às 00:01
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Há qualquer coisa de estranho e arrepiante nas cerimónias de lançamento de um novo produto da Apple. Não sei se é o cenário Orwelliano, se é o discurso que começa por soar a um "we come in peace" ou se é a forma como alguns milhares de seguidores ficam presos à cerimónia como se tivessem engravidado o Tim Cook e estivessem à espera do primeiro filho com teclado. Gosto da Apple, mas aquilo assusta-me. Se eu fosse um extraterrestre, com desejos de poder e más intenções, o presidente da Apple era a pessoa que eu escolheria para habitar. Tenho a convicção de que se o presidente executivo da Apple chegasse a estes lançamentos e dissesse, em tom calmo: "Para aceder a esta nova app, têm que carregar em asterisco e matar os vossos pais", ia haver um problema grave. 


Sou uma pessoa que, em circunstância alguma, se deixa influenciar pelo marketing – e modas – por isso, meditem no que vos digo: há uma linha que separa o consumidor do acólito. Parece-me que o lançamento de um novo produto da Apple está a ficar "overrated". Tenham calma. Às vezes, dá a sensação de que o novo iPhone vem com uma câmera com um flash duplo de LED, que acaba com os reflexos de luz e a fome em África.

Que não fique o leitor com a ideia errada. Para mim, Steve Jobs foi o Pasteur da informática – e não digo mais porque estou sem pilhas no teclado sem fios da Apple. Os inventos de Steve Jobs marcaram a minha vida. Quando mudei do feio e cinzento PC para o colorido iMac G3 Bondi Blue, o meu pai pensou que eu era "gay". O que me parece é que desde que o Steve Jobs morreu, eles andam ali à volta do mesmo. Se ele não tem ido ter com o outro criador, eu estava a escrever esta crónica no meu iPhone125 apenas com o poder da mente – mas ainda segundo o antigo acordo ortográfico.

Em termos de ficção cientifica, o novo iPhone 5S, o topo de gama, avança pelos caminhos da segurança biométrica. Os utilizadores poderão bloquear os aparelhos de modo a que só com as suas impressões digitais seja possível aceder-lhes. Vamos poder ir tirar o BI à NSA. Diz que tem uma nova app que permite jogar jogos com o computador que nos está a espiar. Aceder ao telemóvel apenas através de impressão digital é o tipo de invenção que já entra na categoria Contribuir para Melhorar a Sociedade. Impressão digital em vez de código acesso = menos divórcios. Fazendo fé no "Correio da Manhã", com este novo iPhone, a Judite de Sousa ainda era casada.

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