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Miguel Saraiva: “Os open space têm de ser repensados”

No portefólio de Miguel Saraiva, os escritórios também têm peso e nele estão projetos como o Forte Bank Headquarters, no Cazaquistão, a sede da Tagusgás, no Cartaxo, e da PaRK International School, em Alfragide. O ateliê Saraiva + Associados está igualmente no concurso para o projeto de escritórios no terreno da antiga Feira Popular, em parceria com o gabinete norte-americano JERDE, tendo como promotor a Fidelidade.
Lúcia Crespo e Paulo Calado - Fotografia 20 de Dezembro de 2020 às 14:00

O campo faz mais concorrência à cidade, agora que o teletrabalho é uma prática. Esta tendência está a ter impacto no mercado de escritórios? Há projetos cancelados?

Esteve para acontecer com um grande projeto que temos, não vou identificar, felizmente seguiu; Lisboa é muito económica para as multinacionais. É mais barato alugar um escritório na capital portuguesa do que noutras cidades do mundo: o custo por metro quadrado é tão alto como na Argélia, mas é um quinto do valor em São Paulo e cerca de um terço face a Madrid.


A falta de edifícios de escritórios na capital chegou a ser um entrave à vinda de grandes multinacionais?

A transição dos pequenos escritórios para o mercado de habitação no centro da cidade levou ao défice de edifícios de escritórios, independentemente da pandemia; a par disso, eu pessoalmente prefiro "dar" aos meus colaboradores um metro e meio do que um metro quadrado, dessa forma aumento a qualidade de vivência no espaço, e penso que pandemia vai obrigar a seguir esse caminho. Por exemplo, um "call center" é um espaço sem qualidade. E os "open space" têm de ser repensados, com mais espaço de estar e de lazer. 

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