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Kuala Lumpur: A metrópole asiática das torres gémeas ou... a entrada na selva

O lado exótico contrasta com a parte mais urbana na capital da Malásia. É um país maioritariamente muçulmano e tem uma mesquita que, além de moderna e bonita, é das maiores da Ásia.

05 de Fevereiro de 2017 às 10:00
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É a maior cidade da Malásia, uma metrópole com dois milhões de habitantes e é basicamente isso, uma cidade. Grande. Onde há ostentação, algum luxo, e variados motivos de interesse, ainda que mais dispersos do que em outros países da região.

A Malásia é um estado predominantemente muçulmano, mais fechado até do que outros do sudeste asiático, mas é, paralelamente, um país habituado a receber turistas e a população, mesmo a mais conservadora, esforça-se por entender costumes e culturas de outros locais. Os malaios não são tão faladores como os tailandeses, ou tão afáveis como os cambojanos ou os filipinos, mas são respeitadores e, regra geral, sérios no trato.

Uma visita a Kuala Lumpur estará sempre incompleta se não conhecer as Petronas, torres gémeas que lideram a "sky line" da cidade. São o maior ícone da capital e um dos maiores do país. A base é separada do ponto mais alto por 452 metros e esta obra, projectada em 1992, foi sensação na altura em que foi inaugurada, em 1999. Hoje ocupa o 7.º lugar dos edifícios mais altos do mundo, numa lista liderada pela Burj Khalifa (828 metros), no Dubai.

Ligeiramente abaixo do meio da estrutura, as duas torres são ligadas por uma ponte de 58 metros de comprimento, e onde os visitantes têm uma vista de 170 metros até ao chão.

Se quer mesmo visitar as Petronas saiba que os bilhetes estão à venda desde as 8h30 e o número de entradas diário é limitado, sendo os ingressos atribuídos por ordem de chegada. Não coloque de parte a possibilidade de assegurar as entradas antes de sair de casa, através da compra online. Os ingressos custam 17 euros (85 RM) para adultos e 7 euros (35 RM) para crianças dos dois aos 12 anos. As torres estão fechadas ao público às segundas-feiras e abrem nos restantes dias das 9 às 21 horas. Tenha em atenção que às sextas-feiras, dia mais sagrado da semana para o Islão, o edifício encerra entre as 13 e as 14h30.

E, por falar em torres, dê um pulinho à Menara Kuala Lumpur, outro edifício de onde consegue assegurar boas vistas para a cidade, estando 276 metros acima do chão - abre todos os dias das 9 às 22 horas. No parque, onde há também um mini zoo, terá a oportunidade de sentir-se quase numa floresta, de tanta vegetação que existe.

Mas se é o lado tropical que procura, o que não deixa de ter encanto tratando-se de uma grande cidade, dirija-se à Menara pela entrada do Eco Park, que tem acesso directo. É uma espécie de pulmão da cidade. Prepare-se para o trilho, que exige alguma preparação física (mas está perfeitamente identificado) e já sabe: afaste-se de cobras, escorpiões ou centopeias, que podem andar por ali… e respire fundo! Pense, pelo menos, que aqui não há registo da presença de macacos. Esses só nas "Batu caves", nos arredores da cidade (ver outra peça).

Compras e animação

Um dos pontos fortes do sudeste asiático é a comida de rua e a Malásia não foge à regra. Em Kuala Lumpur, se é esta experiência que procura, o melhor é dirigir-se à Bukit Bintang, a zona mais nocturna da cidade, quer seja para comer ou para um momento de diversão. Ali há uma rua que se transforma assim que o sol se põe: nascem restaurantes e esplanadas a ocuparem os dois lados da estrada. Não saia de Kuala Lumpur sem provar comida em folha de bananeira, é um dos pratos típicos da Malásia e a garantia de sentir-se num país exótico.

Outra zona onde pode comer bem é em Chinatown, uma das mais conhecidas desta zona da Ásia, embora aqui as opções sejam mais limitadas, naturalmente, à gastronomia chinesa. A vantagem é que, além de comer, pode aproveitar para fazer algumas compras. E tem muito por onde escolher, mesmo que possa sentir-se claustrofóbico no meio das ruas labirínticas, sobretudo pela presença dos milhares de visitantes que recebe diariamente. Por falar em compras, ali bem perto tem o também imperdível "central market", que inicialmente foi um mercado flutuante mas agora é um edifício grande, com comida e artesanato, e tem a história de mais de 100 anos em cima: foi construído em 1888.

Estando num país maioritariamente muçulmano, a mesquita nacional é de visita obrigatória, até por se tratar de um espaço bonito e moderno, que ocupa mais de 5 hectares de terreno - é uma das maiores da Ásia e pode levar 15 mil pessoas de uma só vez. Construída em 1965, tem uma arquitectura arrojada, que chama a atenção, não passando despercebido o minarete de 73 metros de altura. Nos jardins bem cuidados, onde há piscinas e fontes, aproveite para relaxar e sentir a paz que só o silêncio transmite num local de culto.

Kuala Lumpur, uma cidade muito diferente da charmosa Malaca tem um nível de vida médio/alto, o que não é de estranhar tratando-se da capital de um país que produz petróleo e gás natural. Por isso, o nível de segurança é bom, embora, como em qualquer metrópole, seja necessário ter alguns cuidados. Aproveite e sinta o espírito do Oriente. "Malaysia - truly Asia" é o "slogan" turístico do país: Malásia, a verdadeira Ásia.


Moeda: Ringgit. 1€: 4,50 RM
(Consulte sempre o câmbio actual)

Visto: os cidadãos portugueses estão dispensados de visto para estadas inferiores a 30 dias. Ter passaporte válido por seis meses após a data prevista de saída da Malásia é condição obrigatória para entrar.

Línguas: O inglês é fluente na Malásia, mesmo em sítios mais remotos. A língua oficial é o malaio.

Batu Caves - O segredo (meio) escondido

Uma visita à capital da Malásia não ficará, certamente, completa sem umas horas passadas nas "Batu caves", em Selangor, localidade situada a 20 quilómetros de Kuala Lumpur. Estas quatro grutas, formadas num enorme rochedo calcário, não são mais do que um templo hindu, o mais popular fora da India. Isto, por si só, já é um bom motivo para o visitar. Mas há mais, a começar logo pelas cores, muitas e fortes, que vai encontrando assim que se aproximar do recinto. E as vistas, absolutamente fantásticas, ao chegar ao topo.
Não desanime quando estiver cá em baixo, ao lado da dourada e gigante estátua de 43 metros de Lord Murugan, e pensar que tem 272 degraus para subir. Mesmo que não tenha uma preparação física digna de atleta, enfrente a escadaria, separada por um corrimão. Acredite que as escadas não são o pior contratempo. Pelo caminho vai encontrar macacos que, mesmo estando muito habituados às pessoas, não perdem os instintos de roubar tudo o que lhes aparece. Se for comida, então, nem hesitam. Garrafas de água, pacotes de bolachas ou de batatas, bebidas de refrigerantes são um chamariz como poucos. Mas eles são, igualmente, umas das atracções da caminhada até às grutas.

Vem aí o festival!

As "Batu caves" são também a casa do festival "Thaipusam", que anualmente leva milhões de hindus devotos à celebração espiritual. Habitualmente, acontece num período de lua cheia e é um tributo ao deus da guerra, Lord Murugan - ele próprio tem uma estátua gigante à entrada do santuário.
Este ano, o festival celebra-se a 9 de Fevereiro [na próxima quinta-feira] e o seu ponto alto acontece, precisamente, com a peregrinação às grutas, que se enchem de devotos à religião hindu, carregados com vasos de leite e vestidos a rigor, com kavadis de todos os feitios. As kavadis são ornamentos feitos, na sua maioria, com flores presas por espigões. Esses mesmos espigões servem, mais tarde, para enfiar nas costas como sinal de absolvição.
Este é um local que vale a pena visitar, sendo ou não hindu, acreditando ou não em qualquer outra religião - e note que a Malásia é um país muçulmano. Vai ali viver momentos que não esquecerá, mesmo que a sua viagem aconteça fora das datas do festival religioso.

Como chegar

A forma mais confortável de ali chegar é de táxi. Pode negociar um preço em Kuala Lumpur e fazê-lo de forma a que o motorista espere o tempo combinado para o levar de volta.
Outra opção, também muito boa, é apanhar o comboio em KL Sentral directamente para as "Batu caves". São oito estações e não tem como se perder, já que dentro das carruagens acende-se uma luz para indicar o local onde se encontra. O único cuidado que deve ter passa por uma atenção redobrada, já que na Malásia existem carruagens específicas apenas para mulheres.
Ao chegar ao santuário hindu não tem como falhar a entrada: da estação de comboios vai ver a estátua que está ali para o receber.


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