Notícia
Jorge Silva Melo: "Há uma infantilização muito grande do adulto"
A Lisboa do Chiado é um jardinzinho onde nós estamos a fazer de figurantes. De repente, apareceu uma outra cidade e eu não sei se gosto nem sei se vou ter tempo para me habituar a ela, diz o encenador e cineasta Jorge Silva Melo, sentado na velha Bénard. Estudou na Faculdade de Letras em Lisboa, foi para o Reino Unido no auge dos movimentos hippies. Em Portugal, havia a ditadura, a tropa, a guerra de África. Mas o corpo dele era um corpo português. Ele que, em novinho, dizia: "Quero ser velho". Voltou, queria tentar construir, no País, uma outra coisa, diferente, menos abandonada. Fundou o Teatro da Cornucópia, com Luís Miguel Cintra, andou por aí, muito em Paris. Cansou-se da "vida provisória" e, em 1995, criou a companhia Artistas Unidos. Hoje, o corpo está mais liberto, mais dançante ao ritmo dos actores. "Eles obrigam-me a dançar". É dele a encenação da peça "Doce Pássaro da Juventude", de Tennessee Williams, em cena no São Luiz até 26 de Abril. Um texto que fala do tempo que passa.
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Depois de "Gata em Telhado de Zinco Quente", escolheu "Doce Pássaro da Juventude", peças de Tennessee Williams. E seguirá com "A Noite da Iguana". Porquê?
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