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Ilhas Gili: O charme no paraíso indonésio

Mas, afinal, no que diferem as Gili de outros paraísos mundo fora? O desenvolvimento tem sido lento e em qualquer uma das três ilhas ainda é possível viver em comunhão com o meio ambiente. É assim na Trawangan, na Meno ou na Air.

23 de Outubro de 2016 às 10:00
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Há quem lhes chame as Maldivas do Oriente, mas as Gili têm charme e personalidade próprias. Nenhuma é igual a outra e só conhece verdadeiramente o espírito destas três ilhas quem por lá passa vários dias. Mas, afinal, no que diferem as Gili de outros paraísos, em tantos que existem espalhados mundo fora?

Comecemos por um dos postais de apresentação deste arquipélago indonésio, situado no estreito de Lombok e banhado pelo mar de Bali a norte. Buzinas, fumo a sair do tubo de escape de automóveis ou qualquer som que não seja o da campainha das bicicletas é impensável por ali, sendo talvez dos poucos sítios onde não existem veículos motorizados. De espécie alguma. Para se movimentar, pode andar de carroça, de bicicleta ou a pé, claramente o meio que ganha a preferência dos muitos (cada vez mais) visitantes. É assim na Trawangan, na Meno ou na Air.

Longe vão os tempos da II Guerra Mundial, altura em que as forças japonesas usaram, durante um breve período, este território para reter prisioneiros de guerra. De um vulgar ponto de paragem para pescadores da região até a um destino de praia, as Gili começaram a receber os primeiros turistas na década de 80, então numa perspectiva mais "hippie". Felizmente, o desenvolvimento tem sido lento e em qualquer uma das três ilhas ainda é possível viver em comunhão com o meio ambiente. Até quando se vai manter assim é difícil de prever, mas são muitos os que arriscam que, em poucos anos, as Gili estarão no mesmo patamar de desenvolvimento que a vizinha e superbadalada Bali - deste destino falaremos noutra edição.

Três ilhas, três amores

Escolher em qual das Gili prefere ficar vai depender totalmente do que quer fazer. A Trawangan é a maior das três, a que fica mais perto de Bali e mais longe de Lombok, o pedaço de terra mais perto do arquipélago. Se pretende umas férias em isolamento total, sem barulho e com poucas pessoas, esta não é a melhor opção. Tenha, no entanto, em consideração que é ali que está a maioria dos hotéis, alguns deles de qualidade muito superior, sendo este o segmento que está, agora, a "nascer" na Trawangan. Espreite o "Pondok Santi" para perceber o conceito de "bungalows" de luxo e permita-se pensar numas férias num paraíso ainda desconhecido de muitos.


Porém, nem tudo é perfeito. A Gili Trawangan é também a ilha que acolhe mais turistas e a mais festiva, onde todas as noites, sem excepção, existem bares e discotecas prontos a receber turistas até tarde. Não desanime se este não é o seu conceito de férias. A vida nocturna está concentrada na avenida principal, onde se encontra também a maioria dos restaurantes. Começando a caminhar para o interior e para a parte oriental da ilha, deixa de haver barulho e o descanso é total. Mais forte do que os galos a cantar ao amanhecer, só a "Salá" que se faz ouvir no minarete da Mesquita cinco vezes ao dia.

Nas Gili, como em grande parte do território indonésio, a religião predominante é a muçulmana, mas isso em nada afecta os hábitos dos ocidentais que invadem as ruas de terra batida das ilhas. A única regra - chamemos-lhe assim - tem que ver com a proibição de caminhar pela ilha de biquíni, o que, regra geral, e tirando a avenida principal, paredes meias com a praia, é bem acolhido.

A pouco mais de 10 minutos de barco, está a Meno, a mais paradisíaca das três ilhas. Escolhida maioritariamente por casais em lua-de-mel, é também a que tem as praias mais bonitas, provavelmente das melhores e menos ocupadas do Sudeste Asiático. O azul-turquesa das águas entra pelos olhos dentro e a temperatura do mar (27 a 29 graus durante todo o ano) convida a longos mergulhos.


Acolhedora e relaxante, a Meno recebe os seus visitantes em ambiente de paz. Menos turistas, menos infra-estruturas, que é como quem diz, menos hotéis e menos restaurantes. Haverá, certamente, um local para o receber, mas tenha em atenção que agitação, música ou bares são ambientes desconhecidos. Aliás, os restaurantes fecham cedo e os programas nocturnos pouco variam entre o recolher aos "bungalows" ou apenas contemplar o luar. A tendência é para continuar assim, já que a Meno, a mais pequena e romântica das ilhas do arquipélago, se orgulha da tranquilidade que oferece aos turistas.

E chegamos à Air, a primeira das Gili para quem apanha o barco em Lombok. É incrível, mas esta ilha não é mais do que uma mistura das outras duas, que é como quem diz da fusão, em menor escala, entre o ambiente tranquilo da Meno e das infra-estruturas da Trawangan. Muito do seu ambiente "chill out" se deve a esta fusão, mas o facto de ser a mais acessível e mais próxima de Lombok acaba por torná-la também um local de eleição para quem tem poucos dias e quer apenas ter uma noção do ambiente que se vive nas Gili, um território a explorar.

Paraíso subaquático

Os amantes da vida marinha vão querer ficar muito tempo nas Gili e podem começar pela Air, onde se concentram muitas das escolas de mergulho da região. Para quem não tem tanto tempo, há bons "spots" de "snorkeling" em qualquer uma das ilhas, mesmo na Trawangan - a parte oriental é a melhor para a prática desta actividade. Os corais vivos sofrem aqui do mesmo problema que em qualquer local em desenvolvimento e tendem a desaparecer mais perto da areia, mas se arriscar terá oportunidade de ver um fundo do mar colorido e de cortar a respiração.

Com um tempo tropical e quente, as Gili estão prontas para o receber durante o ano inteiro e são tão diferentes que o difícil será não se apaixonar e querer voltar no ano seguinte. A época seca situa-se entre Maio e Outubro e é, por isso, a melhor altura para visitar o arquipélago, mas, se a chuva e as monções não forem um problema, pode visitar a região entre Novembro e Março.


Como ir
As Gili não têm aeroporto. Os mais próximos são Bali e Lombok, e qualquer uma destas ilhas merece uma visita própria. Para chegar às Gili, terá sempre que apanhar um barco, que pode ser um "ferry", a solução mais acessível, mas também aquela onde terá mais gente. Custa pouco menos de 3 euros, mas, se conseguir, opte pelo "speed boat", que não fica mais do que a 7 euros/pessoa. Para quem parte de Lombok, também existe a hipótese de alugar um barco privado, que poderá custar 25 euros/pessoa,
no mínimo de dois passageiros.

De Portugal não existem voos directos quer para Bali ou para Lombok. Se procurar bem, e com antecedência, pode chegar a Denpasar, capital de Bali, por pouco mais de 500 euros e com a garantia das melhores companhias aéreas do mundo. Estando no sudeste asiático, é relativamente fácil (e barato!) chegar a qualquer uma das duas ilhas. Lombok será sempre uma opção mais económica, mas também a que dará mais garantias de conhecer terras pouco exploradas.

Moeda: rupia indonésia.
1€: 14.300 rúpias
(Consulte sempre o câmbio actual. A moeda indonésia sofre grandes oscilações)

Visto: os cidadãos portugueses estão dispensados de visto desde que entrem por um dos cinco aeroportos mais importantes do país. Este visto é válido por 30 dias e os viajantes terão de ter, obrigatoriamente, passaporte válido por seis meses após a data de saída do país. Ao sair do país, terá de pagar taxas de aeroporto, no valor de 2,80 euros (40 mil rúpias) para voos domésticos e 10 euros (150 mil rupias) para voos internacionais.

Línguas: A língua estrangeira mais falada - e sem grande dificuldade na maioria dos locais - é o inglês. A língua oficial é o "bahasa indonesia".

Comida: Sendo o arquipélago mais extenso do planeta, com mais de 17 mil ilhas (apenas 6 mil são habitadas), a Indonésia tem várias influências na sua culinária, das quais se destacam a indiana e a chinesa. O arroz domina parte da gastronomia e o Nasi Goreng é uma espécie de prato nacional. Sendo um país muçulmano, a carne de porco quase não é comercializada e a maior aposta, além do peixe, recai claramente no frango.



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