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El Nido: Onde o mar e a terra são amantes perfeitos

O pedaço de terra que decidimos dar a conhecer esta semana situa-se na ilha de Palawan, nas Filipinas. Um local onde o mar e a terra convivem em perfeita comunhão.

13 de Novembro de 2016 às 10:00
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Descrever El Nido será sempre uma injustiça e um acto castrador. Arrebatador, inspirador, relaxante, "o" paraíso é o que se pode chamar a este pedaço, grande, de terra e mar situado na ilha de Palawan, nas Filipinas, onde raramente encontrará temperaturas abaixo dos 30 graus.

Por esta altura já estará a fazer contas aos furacões que, anualmente, fustigam este país, que tem das pessoas mais cativantes do Sudeste Asiático. Pois bem, eis uma boa notícia: Palawan fica fora do chamado anel de fogo do Pacífico ("Pacific ring of fire"), não querendo isto dizer que está a salvo. Quer apenas dizer que as probabilidades de ser surpreendido com um furacão são menores comparativamente a outras ilhas - como Luzon, onde está situada a capital Manila. São ainda menores se escolher bem a altura do ano para viajar para as Filipinas: Setembro e Outubro são os meses mais arriscados, mas de Junho a Novembro é de evitar.

Posto isto, o melhor mesmo é pegar num mapa, ligar a internet, e planear uma viagem ao paraíso. Não tenho outra forma de o caracterizar. Não são muitas as hipóteses para chegar a El Nido, sendo que a mais rápida é através do avião, que aterra no aeroporto Lio, situado sete quilómetros a norte da cidade. Tenha em atenção que este é também o meio de transporte mais dispendioso e nada fácil de conseguir. Aterrar no pequeno e rústico aeroporto de El Nido é um exclusivo da companhia ITI, que tem os seus 50 lugares dos aviões reservados para hóspedes do Bacuit Bay El Nido Resorts. Se - e só assim - existirem lugares vazios poderá, então, comprar um para se transportar de ou até Manila.

Mas há outras formas de chegar a El Nido. Aterrar no aeroporto internacional de Palawan, na cidade de Puerto Princesa, é outra delas. Estando aqui, terá sempre a oportunidade de desfrutar de uma viagem única, em termos de paisagens, e até de experiências. Alugar um transporte privado, sendo a solução mais cara, é aquela que lhe permitirá aproveitar melhor os 230 quilómetros que separam as duas cidades, mas que podem levar mais de quatro horas a percorrer. Está nas Filipinas, sorria!

Sete maravilhas

O rio subterrâneo de Palawan está situado num parque com 3.900 hectares e onde existem as mais variadas espécies de animais. Conseguir uma entrada pode ser uma tarefa titânica, sobretudo nos meses de Dezembro a Maio. Por isso, a melhor opção talvez até seja planear uma estada por perto, tendo sempre a certeza de conseguir assegurar antecipadamente a entrada, cujo preço para adulto é de 7,50 euros. O acesso diário é limitado e, com as agências a monopolizarem o acesso, o mais certo é que tenha muitas dificuldades em conseguir os bilhetes para visitar uma das Sete Novas Maravilhas da Natureza e Património Mundial da UNESCO. Se for este o caso, pode sempre optar por uma espécie de excursão desde Puerto Princesa, que pode custar 30 euros por pessoa, mas que tem acesso garantido a um dos maiores rios subterrâneos navegáveis do mundo.

Longe da turística e afamada Boracay, Palawan tem recantos únicos para descobrir, daqueles onde impera o sossego, em hotéis onde não existem televisões e o acesso wi-fi, não sendo inexistente, é limitado. O melhor exemplo é El Nido, o pedaço de terra que decidimos dar a conhecer esta semana, mesmo sabendo - reafirmo - que tudo o que eu possa escrever aqui não será suficiente para lhe dar a conhecer o local onde o mar e a terra convivem em perfeita comunhão.


El Nido é uma pequena cidade que dá nome a uma região, a norte de Palawan. Podendo evitar o centro, ficará sempre mais bem hospedado, até porque na cidade os hotéis de qualidade superior são inexistentes, embora seja ali que se concentram as melhores opções para jantar. Se é algum luxo que procura, opte por ficar hospedado num dos El Nido Resorts, situados em microilhas em frente a El Nido, como são as de Miniloc, Lagen, Pangulasian e a de Apulit. Bungalows construídos em cima do mar mais cristalino que já vi até hoje são um convite a dias de puro prazer e descanso.

Se optar por ficar em "terra", tem sempre a opção de se hospedar em Corong-Corong, localidade a dois quilómetros de El Nido - uma viagem para dois em motorizada fechada custa 3 euros - e muito mais tranquila e apetecível do que o centro da cidade.

Seja qual for o local onde fique, não saia de El Nido sem fazer uma, duas ou talvez até três excursões marítimas que por ali são oferecidas. Qualquer uma não será abaixo dos 20 euros por pessoa, muito pouco para aquilo que vai viver. E ver.

Lagoas no mar e praias escondidas

A ilha de Miniloc é um dos pontos de paragem de uma das excursões e, acredite, vale muito a pena mergulhar por ali. Prepare-se para se cruzar com golfinhos ou tartarugas ou até mergulhar em lagoas no meio do mar do Sul da China. Sim, leu bem: lagoas. Há uma pequena e uma grande, ambas acessíveis por um buraco numa rocha no mar. E há grutas para mergulhar e visitar, onde a água é verdadeiramente refrescante e a contrastar com a temperatura da água do mar no "exterior", que pode facilmente chegar aos 30 graus.

Já se imaginou? Então pense nisto: um dos dias pode sair de barco e dizerem-lhe que vai a uma praia secreta, acessível apenas a quem não tem medo de mergulhar e, juntamente com os peixes que por ali andam, passar para o outro lado. Ao sair da água, vai estar numa praia escondida, com areia, quase que esculpida milimetricamente para caber no meio de uma rocha. Melhor ainda se conseguir ir às primeiras horas da manhã, altura em que pode correr o risco de ter esta praia só para si. E que bem que sabe!


Tanta beleza junta merece uma pausa para almoço. E até aqui pode ser surpreendido! Se optar por uma excursão mais limitada - talvez até a dois -, terá a certeza de ter um almoço romântico, numa mesa improvisada numa praia deserta. Não tem muito o que escolher, porque o peixe que lhe vai ser servido é pescado à sua frente, durante a manhã e entre viagens para as muitas praias de sonho que vai visitar; há até quem diga que são as mais bonitas do mundo.

No dia em que deixar El Nido, sente que ali ficará um pedaço de si. É difícil que assim não seja, o que fará aumentar a vontade de voltar. Uma e outra vez, fintando o desejo de conhecer outras paragens e outras pessoas. Ali, o sorriso é fácil, mesmo perante as contrariedades da natureza, que tudo deu às Filipinas e tanto lhes tira. "Bahala na" é uma das frases mais usadas no país e mais não é do que a filosofia do que tiver de ser... será.


Como ir De barco, só há uma ligação a El Nido e é feita de e para Coron, uma ilha em frente, cuja travessia existe quatro a cinco vezes por semana. Se conseguir lugar na ITI, poderá chegar a El Nido apenas uma hora depois de ter levantado voo, mas a melhor solução talvez seja mesmo voar para Puerto Princesa e dali arranjar um "transfer" para o hotel.

Para chegar à ilha de Palawan, pesquise voos na Philippine Airlines ou na Cebu Pacific, esta última uma companhia de baixo custo. Voar até Manila de Lisboa ou até de Madrid poderá ficar entre 500 e 600 euros. Esteja atento às promoções das companhias aéreas, tanto europeias como do Médio Oriente.

Moeda: peso filipino.
1€: 54 pesos.

Visto: os cidadãos portugueses, desde que portadores de passaportes com validade mínima de seis meses, estão isentos de visto para visitas nunca superiores a 21 dias.

Língua: a língua oficial é o inglês, embora existam vários dialectos, dependendo das ilhas onde se encontra.

Segurança: há regiões a evitar, mas, regra geral, a região de Visayas, que dizem ser a mais bonita, é também a mais segura do país. É ali que está Palawan. Fora do grupo de ilhas centrais, há uma zona pouca recomendável e que até os filipinos dizem que não é segura: Mindanao. Esta ilha, a sul do país, é abalada muitas vezes por ataques terroristas e confrontos militares.

Comida: as Filipinas são um arquipélago com 7 mil ilhas e cada região tem a sua gastronomia típica, pese embora existirem alguns pratos nacionais. Molhos e legumes são pontos fortes da comida filipina e, claro, o arroz. Aqui, ao contrário da maioria dos países asiáticos, este é um prato confeccionado com especiarias e que acompanha grande parte das restantes iguarias. O adobo, o sinigang ou o pancit bihon, com frango e legumes, é, garantidamente, uma boa opção para o "arranque" desta experiência gastronómica.


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