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Continuamos a não pronunciar em voz alta o que pensamos

Há uma coluna automóvel a deslocar-se na direcção de um objectivo designado por Cairo, desde a madrugada de vinte e cinco de Abril. Um comboio de carros militares que não encontra o objectivo, e apesar de se ir desfazendo, perdendo rodas, espelhos, torres, traves, condutores, não desiste do seu propósito, e vai avançando ruas fora, sem parar. Esta coluna, descrita por Lídia Jorge no livro "Os Memoráveis", continua a rondar por aí. "Há quarenta anos que existe uma coluna perdida, com gente morta lá dentro. Os soldados criaram barbas brancas e estão prestes a sucumbir. As pessoas ouvem essa coluna, mas quarenta anos depois, ela ainda não chegou". Ainda não chegou ao seu objectivo. O da justiça. O da justiça que ataca a moral, diz a escritora. Em "Os Memoráveis", Lídia Jorge fala de hiperprotagonismo e de heróis da retirada. Junta personagens várias, inspiradas em figuras históricas, mas, ainda assim, literárias, feitas de bocados de impureza. Ela cria uma espécie de segunda história. Uma oferta para o futuro.

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"Sabe, tenho a sensação de que o tema da economia e da crise tem arredado a voz das mulheres. Sinto que as mulheres estão muito afastadas daquilo que é a palavra política, a palavra pública. Não sou perseguida pelas questões de género, mas tenho pena, em especial nesta altura. E tenho pena porque, geralmente, as mulheres são mais desacauteladas no pensamento, são mais preocupadas com a eficácia da sua palavra do

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