Notícia
Agitação anormal na arte portuguesa
Pela primeira vez, Portugal irá ter duas grandes feiras de arte na mesma data. À ARCOlisboa, junta-se a Just LX, criando um ambiente que poderá ser benéfico para o investidor prudente.
05 de Maio de 2018 às 09:00
Reina a emoção e a tensão no habitualmente vetusto mundo da arte portuguesa. Isto porque, na semana que velozmente se aproxima, de 17 a 20 de Maio, irá acontecer uma raridade no nosso território. A ARCOlisboa abre as portas nessa data, marcada a par e passo pela Just LX, a primeira edição da feira de arte contemporânea de Lisboa organizada pela Art Fairs, também uma empresa espanhola, que tem por hábito inaugurar eventos de arte em simultâneo com a ARCO original. A visibilidade intensa da arte portuguesa, o que raramente acontece, será aplicada através de duas estratégias distintas.
A ARCO surge como o veículo imperial, agregando no seu espaço, que volta a ser o da Cordoaria Nacional, em Lisboa, os galeristas "pesos pesados" da arte portugueses e um sólido contingente castelhano, além de contar com a colaboração das fundações e dos principais museus nacionais. Para fazer a ponte com os extremos do panorama artístico, a feira de arte tem também alguns espaços de emergentes.
A Just LX apresenta-se como a alternativa de margem, o que é normalmente a sua imagem em Espanha. Assim, a feira foi buscar as mais recentes galerias portuguesas, especialmente as que possuem um projecto mais alternativo, às quais juntou uma fileira fora do "mainstream" de galeristas espanhóis, marroquinos, mexicanos, brasileiros e um representante da Florida, nos Estados Unidos.
Curiosamente, a 111 alinhou com a Just LX, o que revela um posicionamento estratégico que está a provocar demoradas análises por parte do mercado.
A feira organizada pela Art Fairs, que vai acontecer no Museu da Carris, também em Lisboa, terá ainda como reforço uma secção dedicada a África, uma área em forte valorização em todo o mundo, menos em Portugal, o que é bizarro.
Para o investidor, há duas ou três dimensões a valorizar neste acontecimento. A primeira é a oportunidade de poder observar em dois espaços o que se está a fazer no capítulo da arte contemporânea, em Portugal e Espanha. Não poderá ver tudo, mas poderá analisar uma parte importante.
A segunda dimensão com interesse é a da forte possibilidade de os preços serem mais razoáveis este ano, dado o surgimento da concorrência. De facto, o aumento insensato de preços tem sido um dos traços das ARCO já realizadas, especialmente por parte da maioria dos galeristas portugueses, e uma repetição deste racional poderá não acontecer este ano. O movimento de caixa dos primeiros dois dias será decisivo na fixação dos valores das obras.
Finalmente, uma derradeira dimensão que deve ser tida em conta pelos investidores é a da oportunidade de estabelecer contactos para relação futura com os galeristas, especialmente com os internacionais. Isto porque, normalmente, os bons negócios são feitos fora das emoções das feiras.
Nota ao leitor: Os bens culturais, também classificados como bens de paixão, deixaram de ser um investimento de elite, e a designação inclui hoje uma panóplia gigantesca de temas, que vão dos mais tradicionais, como a arte ou os automóveis clássicos, a outros totalmente contemporâneos, como são os têxteis, o mobiliário de design ou a moda. Ao mesmo tempo, os bens culturais são activos acessíveis e disputados em mercados globais extremamente competitivos. Semanalmente, o Negócios irá revelar algumas das histórias fascinantes relacionadas com estes mercados, partilhando assim, de forma independente, a informação mais preciosa.
A ARCO surge como o veículo imperial, agregando no seu espaço, que volta a ser o da Cordoaria Nacional, em Lisboa, os galeristas "pesos pesados" da arte portugueses e um sólido contingente castelhano, além de contar com a colaboração das fundações e dos principais museus nacionais. Para fazer a ponte com os extremos do panorama artístico, a feira de arte tem também alguns espaços de emergentes.
Curiosamente, a 111 alinhou com a Just LX, o que revela um posicionamento estratégico que está a provocar demoradas análises por parte do mercado.
A feira organizada pela Art Fairs, que vai acontecer no Museu da Carris, também em Lisboa, terá ainda como reforço uma secção dedicada a África, uma área em forte valorização em todo o mundo, menos em Portugal, o que é bizarro.
Para o investidor, há duas ou três dimensões a valorizar neste acontecimento. A primeira é a oportunidade de poder observar em dois espaços o que se está a fazer no capítulo da arte contemporânea, em Portugal e Espanha. Não poderá ver tudo, mas poderá analisar uma parte importante.
A segunda dimensão com interesse é a da forte possibilidade de os preços serem mais razoáveis este ano, dado o surgimento da concorrência. De facto, o aumento insensato de preços tem sido um dos traços das ARCO já realizadas, especialmente por parte da maioria dos galeristas portugueses, e uma repetição deste racional poderá não acontecer este ano. O movimento de caixa dos primeiros dois dias será decisivo na fixação dos valores das obras.
Finalmente, uma derradeira dimensão que deve ser tida em conta pelos investidores é a da oportunidade de estabelecer contactos para relação futura com os galeristas, especialmente com os internacionais. Isto porque, normalmente, os bons negócios são feitos fora das emoções das feiras.
Nota ao leitor: Os bens culturais, também classificados como bens de paixão, deixaram de ser um investimento de elite, e a designação inclui hoje uma panóplia gigantesca de temas, que vão dos mais tradicionais, como a arte ou os automóveis clássicos, a outros totalmente contemporâneos, como são os têxteis, o mobiliário de design ou a moda. Ao mesmo tempo, os bens culturais são activos acessíveis e disputados em mercados globais extremamente competitivos. Semanalmente, o Negócios irá revelar algumas das histórias fascinantes relacionadas com estes mercados, partilhando assim, de forma independente, a informação mais preciosa.