Notícia
A riqueza nunca é totalmente merecida
Miguel Guilherme é, no palco do Casino Lisboa, um derrotado da economia. É uma figura de postura cansada, um corpo para as estatísticas sobre as quais lemos todos os dias. Ser pobre equivale a ser ignorado e "Pobre Milionário" roda sobre uma falsa inspecção das finanças que o protagonista fabrica para ter atenção. Não é o primeiro falhado que Miguel Guilherme faz nem será o último, porque se na vida real os "losers" frequentemente desaparecem da história, nos palcos de teatro e nos ecrãs de cinema são os mais inesquecíveis heróis. Miguel Guilherme não faz questão de fazer trabalho que fale da actualidade mas faz questão de comunicar o máximo que a sua personagem tem para comunicar e já lhe aconteceu mergulhar demasiado nas personagens. Ele foi realmente muitos e haveria no actor em casa, ele mesmo, uma imagem de solidão, não fosse ter-nos recebido com o seu cão e o Tejo em fundo.
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1. É mais interessante representar um falhado. Aliás, a história do teatro e do cinema está cheia de "losers".
Esta peça ["Pobre Milionário"] bate mais na realidade do que aquilo que eu imaginava. Ao representar aquela personagem, de um desempregado que se sente quase invisível, sinto que a peça realmente toca as pessoas.
A peça desmonta o sonho do Euromilhões, o sonho de
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