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“Cobertores” vegetais que recuperam florestas

Com taxas de redução da erosão dos solos que chegam aos 97%, o chamado “helimulching” é uma técnica promissora na recuperação da floresta após um incêndio. Até ao momento, não é usada em Portugal
Susana Torrão 14 de Outubro de 2022 às 14:45

Depois de um incêndio, o solo da floresta fica muito vulnerável à erosão. O uso de técnicas de engenharia florestal como o "mulching" – aplicação de matéria orgânica vegetal, tal como palha ou madeira destroçada – ajuda a mitigar a erosão e a recuperar a floresta. Experiências realizadas na Galiza desde 2010 recorrendo ao "helimulching" (aplicação de "mulch" a partir de um helicóptero ou avião) revelaram-se bastante eficazes, e a Estremadura espanhola passou a aplicá-las este verão.

 

"O risco acrescentado de erosão de solos após a ocorrência de incêndios resulta do efeito direto das altas temperaturas sobre o solo e da eliminação do coberto vegetal, que deixa os terrenos sem proteção natural face ao impacto das gotas de chuva", explica Antonio Girona-García, investigador no Instituto Mixto de Investigación en Biodiversidad (IMIB) do Consejo Superior de Investigaciones Científicas, de Espanha.

 

As técnicas de "mulching" fornecem uma camada protetora que minimiza o impacto da chuva e favorece a infiltração da água. "Estes tratamentos diminuem o risco de os solos serem erodidos e arrastados com as cinzas e restos vegetais ardidos, o que poderia ter graves consequências a jusante da área ardida, tal como a poluição de massas de água, a ocorrência de cheias e arrastamento de detritos", refere o investigador.

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