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Onde investir agora? As recomendações de cinco especialistas

Saiba quais as apostas dos especialistas para investir 10 mil euros "right now".

Bruno Simão
12 de Abril de 2017 às 16:04
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A Bloomberg falou com cinco especialistas sobre as recomendações para onde investir 10 mil dólares nesta altura. As respostas estão em baixo.

Prepare-se para o regresso da inflação

Há cerca de nove anos que os principais mercados mundiais estão pressionados por pressões deflacionistas. A deflação passou a ser o novo normal, defende Richard Bernstein, CEO da casa de investimento com o seu nome. A economia global está efectivamente a mudar e os investidores devem ter a noção que a era da deflação global pode ter os dias contados. Indicadores mundiais começam a revelar melhorias distintas e sugerem que os investimentos devem ter em conta a inflação, em vez da deflação.


A inflação global nos EUA subiu de -0,2%, há cerca de dois anos, para 2,5% até Janeiro de 2017. O ISM Price Paid Index mais do que duplicou desde o início de 2016, o que significa que o dobro dos gestores de compras estão a pagar preços mais elevados. As previsões de consumo da Universidade de Michigan indicam que a inflação nos próximos 12 meses pode interromper a tendência de queda plurianual e as mudanças nas politicas públicas nos Estados Unidos, maior economia do mundo, que sugerem riscos de inflação.


Apesar de todos estes sinais de mudança, os investidores ainda estão a definir o seu portefólio de investimentos perante um cenário de deflação, com investimentos em sectores defensivos e tradicionais com taxas fixas, refere Richard Bernstein.

 

Está em todos os manuais que a estratégia em períodos de crescimento económico e de inflação deve ser oposta: o portefólio deve ter um maior peso de acções mais cíclicas como do sector da energia ou financeiro e a duração das taxas fixas deve ser reduzida. Estejamos perante uma pausa cíclica no período de deflação, ou estejamos perante uma nova era da inflação, os investidores precisam de olhar para este cenário. E não dar a deflacção como valor adquirido.

 

Europa está tão mal que pode ser bom

Os investidores que investiram em acções europeias nos últimos 10 anos não tem quase nada para mostar… Barry Ritholtz analisou o Vanguard FTSE Europe ETF (VGK) e o SPDR EURO STOXX 50 ETF (FEZ), a grande diferença entre este dois índices - que medem a performance de um conjunto de acções de empresas europeias - é que o primeiro tem cerca de 30% de títulos de empresas do Reino Unido e o último não tem qualquer exposição ao país que decidiu recentemente abandonar a União Europeia. Mas nos últimos 10 anos esta distinção não teve relevância nenhuma.


Antes de reinvestir dividendos, o VGK caiu 27,3% até o final de Março. Mesmo com dividendos reinvestidos, os retornos eram inferiores a 1% ao ano (9,8% na década). O FEZ fez ainda pior. Perdeu 34,7% em dez anos, com dividendos o valor continua negativo, (-5,5%). Já se tivesse investido no norte-americano S&P500 na última década, segundo o especialista, teria duplicado o seu investimento, com um retorno de 105%. Ou seja, 7,5% por ano.

Então vale a pena apostar na bolsa europeia? Sim, defende Barry Ritholtz, chairman e CFO da Ritholtz Wealth Management. Até porque as acções norte-americanas estão caras tem as suas avaliações elevadas; o dólar está "demasiado forte" (segundo o próprio Donald Trump e a maioria dos investidores está sobre-exposto a este mercado. Já a Europa é relativamente barata: oito dos 10 países mais baratos do mundo estão na Europa.


Olhe (novamente) para os emergentes


O princípio do investimento inverso, comprar o que é temido e odiado e vender o que é amado e caro, é por regra uma estratégia confiável, embora na maioria das vezes muito desconfortável. Com paciência ela pode ter retornos impressionantes no longo prazo.

Os mercados tendem a prosseguir as tendências de curto prazo. Ir contra a maré exige muita determinação. Este investidor que segue o rumo contrário pode parecer tolo, pode sentir-se tolo, especialmente quando os mercados quebram barreiras históricas, mas não nos podemos esquecer que avaliações mais altas significam rendimentos mais baixos e retornos futuros ainda mais baixos.


Mas esta é a recomendação de Rob Arnott, fundador da Research Affiliates: deve diversificar longe dos mercados caros dos EUA, nomeadamente nos mercados emergentes não-amados, incluindo acções e moedas desses países, são mercados que ainda oferecem uma combinação rara de avaliações de acções baixas, rendimentos elevados, moedas deprimidas e uma expectável melhoria da dinâmica económica e da inflação.

A narrativa de Wall Street que sugere que o proteccionismo norte-americano vai prejudicar essas economias, deixa-os com amplo espaço para surpreender pela positiva.

Japão, Japão e talvez Índia

Russ Koesterich diz que a BlackRock acredita que as melhores oportunidades estão no mercado accionista asiático, especialmente o Japão. Há oito anos que o mercado norte-americano está em alta e é cada vez mais difícil encontrar acções baratas. As acções tiveram excelentes performances, mas os investidores estão a sobreavaliar o mercado para níveis extremos.

As acções norte-americanas de grande capitalização estão a ser negociadas a um valor de cerca de 22 vezes o lucro final, em mais de 30 vezes em relação ao CAPE, o nível próximo ao do pico da bolha tecnológica. Para agravar, os preços dos títulos do Tesouro dos EUA estão extremamente elevados depois de vários anos de compra pelos bancos centrais.


Neste ambiente, as acções asiáticas destacam-se como um negócio potencialmente lucrativo, defende o gestor de portefólios da BlackRock. A rentabilidade japonesa está a melhorar desde 2012, e as acções daquele mercado tem padrões bastante previsíveis quando comparadas com outros mercados, a alavancagem é baixa. E mais… tendo em conta que a economia global deverá acelerar modestamente em 2017, os exportadores japoneses estão bem posicionados para beneficiar da melhoria do crescimento global e de uma economia mais sólida.


Também vemos oportunidades noutros mercados asiáticos, incluindo em mercados emergentes, nomeadamente a índia. Esta economia orientada para o mercado interno, é relativamente isolada de muitos dos riscos mais macro que muitas vezes contagiam outros mercados. 


Aproveite os ‘descontos’ das farmacêuticas

Porque é que várias das acções das grandes farmacêuticas mundiais estão a negociar acima da média dos rendimentos obtidos
através de dividendos, mas com rácios preço-rendibilidade abaixo da média do mercado?


Os grandes compradores de fármacos dos EUA, essencialmente as seguradoras de saúde, continuam a exercer uma tremenda pressão sobre as empresas farmacêuticas para que estas baixem os preços . Dados da Express Scripts relativos a 2016 mostram efectivamente uma redução dos preços dos produtos farmacêuticos tradicionais e um abrandamento do aumento do preço dos medicamentos especiais.


Mas as taxas de crescimento da utilização dos medicamentos inovadores estão a um ritmo superior ao aumento dos custos
unitários. Admitindo que os consumidores vão pagar por medicamentos eficazes, é possível arriscar que o prognóstico para as empresas farmacêuticas mais inovadoras é bom.


Notavelmente, vários dos gigantes farmacêuticos europeus fazem descontos para o sector de saúde, mas obtém até melhores resultados, como Novartis AG, AstraZeneca Plc, Roche Holding AG e GlaxoSmithKline Plc. Muitas destas empresas distribuem dividendos com rendibilidade pelo menos 1 ponto percentual acima das médias do mercado accionista mundial.


Apesar das propostas de reforma dos preços dos medicamentos nos EUA e a polémica em torno do Medicare é possível olhar para este sector como potencialmente rentável. Até porque o envelhecimento demográfico implica, de certeza, um aumento do uso de drogas pelo menos na próxima década. As empresas farmacêuticas mais inovadoras vão certamente beneficiar desta tendência.

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