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Metal pouco conhecido disparou 375% este ano
O ruténio, encontrado normalmente em minas de platina, é muito pouco abundante. No espaço de um ano, o preço da onça deste metal mais do que quadruplicou.
A procura por discos rígidos e aplicações electroquímicas fez com que o ruténio, um metal muito pouco conhecido e raro, tivesse alcançado o valor mais elevado em mais de sete anos. De acordo com a Bloomberg, esta foi a commoditie que mais valorizou este ano, com um disparo de 375%.
A onça de ruténio, metal encontrado normalmente em minas de platina e conhecido pelo símbolo químico Ru, está neste momento a valer 190 dólares, de acordo com os dados da empresa multinacional britânica especializada em produtos químicos e tecnologias sustentáveis, citados esta segunda-feira dia 11 de Dezembro, pela Bloomberg. A 3 de Janeiro, deste ano, o preço desta matéria-prima rondava os 40 dólares.
Esta valorização deverá prosseguir em 2018: "Esta subida tem pernas para andar", afirmou hoje Jonathan Butler, um especialista de metais preciosos da Mitsubishi Corp, em declarações à Bloomberg. Acrescentando que "há neste momento possibilidades de boas compras no sector".
O ruténio é um dos componentes do primeiro disco rígido químico do mundo. Anúncios como este ajudaram a fazer com que o valor desta desconhecida commodity tenha mais do que quadruplicado este ano.
Primeiro disco rígido químico do mundo
Os cientistas do Instituto de Química e Física da Academia Polaca das Ciências, em Varsóvia, anunciaram na Primavera deste ano um método novo e totalmente revolucionário para armazenar informação, já que ocorre através de uma unidade de memória química de um bit, a que chamaram ‘chit‘. O chit é composto por três gotas, entre as quais ocorrem reacções químicas, de forma cíclica e consistente.
Esta memória está enraizada na reacção de Belousov-Zhabotinsky - que serve como exemplo clássico da teoria do caos - que reage de forma oscilante. Cada reacção cria os reagentes necessários para a próxima reacção, continuando ad infinitum. Essas reacções são ajudadas por um catalisador – a ferroína – que causa uma mudança de cor. Há também outro catalisador – o ruténio - que torna a reacção sensível à luz. É precisamente essa sensibilidade à luz que impede o chit de oscilar e que permite aos investigadores controlar o processo.
O chit essencialmente permite a "computação química". Assim, em vez de bits tradicionais, os componentes são todos químicos.
Este novo tipo de computação pode criar uma alternativa totalmente nova de armazenar, ler e transferir informações.