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IMF – Norges Bank corta taxas e injeta dinheiro nos Bancos
Norges Bank corta taxas e injeta dinheiro nos Bancos; BCE anuncia novos estímulos, Trump suspende viagens da Europa para os EUA; Petróleo regista maior perda semanal desde 2008 com guerra de preços EUA- Arábia Saudita; Apesar da aversão ao risco, ouro regista maior queda semanal desde 2008
Norges Bank corta taxas e injeta dinheiro nos Bancos
O banco central da Noruega (Norges Bank) realizou um corte das taxas de juros e concedeu empréstimos de emergência para os bancos, alertando para uma forte desaceleração económica provocada pela pandemia do Covid-19. O Banco cortou a sua taxa diretora de 1.5% para 1%, sinalizando ainda estar disposto a realizar cortes adicionais. Para salvaguardar o fluxo de crédito para empresas e indivíduos a meio de sinais de redução da liquidez, também anunciou o primeiro de uma série de financiamentos ao setor bancário e facilitou as reserva de capital. A liquidez extra será oferecida na forma de financiamentos de 3 meses. O Norges Bank citou que existe "uma incerteza considerável sobre a duração e o impacto do surto de coronavírus, com um risco de declínio económico pronunciado", adicionando ainda que uma taxa mais baixa não irá impedir que o surto tenha um impacto considerável na economia, mas que pode atenuar a desaceleração e mitigar o risco de efeitos mais persistentes na produção e no emprego. Como resultado desta pandemia, o crescimento do PIB da Noruega deve desacelerar para apenas 0.4% em 2020. Em dezembro, previa-se uma expansão de 1.9%. Relativamente à coroa norueguesa, a moeda renovou máximos históricos face ao euro, acima dos 11.4 noks, tendo sido pressionada pela fortes quedas dos preços do petróleo.
Tecnicamente, o Eur/Nok intensificou a tendência de alta, após a quebra ao limite superior do canal ascendente (vermelho tracejado), renovando novos máximos históricos, acima dos $11. O MACD continua a apresentar um forte sinal de compra, sinalizando que o par poderá dar seguimento aos ganhos no curto-prazo.
BCE anuncia novos estímulos; Trump suspende viagens da Europa para os EUA
O Banco Central Europeu (BCE) surpreendeu os mercados ao manter as taxas de juro inalteradas. Para lidar com o impacto económico do Covid-19, o BCE decidiu implementar um conjunto de estímulos monetários. Relativamente às PMEs, que geralmente são mais dependentes de empréstimos bancários, foram anunciadas condições mais favoráveis aos bancos, com as taxas das operações de refinanciamento de prazo mais longo, TLTRO-III, a fixarem-se em -0.75%. Para além disto, o Banco vai adotar um "envelope temporário" adicional de compra de ativos (QE) de €120 mM até ao final do ano. A presidente do BCE, Christine Lagarde, apelou aos governos que trabalhassem numa resposta fiscal coordenada, dizendo que a implicação do vírus para a inflação é incerta e que o declínio do petróleo representa um risco significativo de queda nos preços. O mercado esperava mais do BCE, algo ao nível do "whatever it takes" de Mario Draghi. Nos EUA, Trump anunciou a suspensão de todas as viagens da Europa para os EUA durante os próximos 30 dias. O Eur/Usd reagiu em queda a estes desenvolvimentos, chegando a recuar para mínimos de início de março, abaixo dos $1.11.
Tecnicamente, o Eur/Usd deu por terminada a tendência de alta com a qual vinha a transacionar. Após falhar o teste aos $1.15, o par acabou por corrigir em baixa, quebrando em baixa os 61.8% de retração de fibonacci. O MACD está próximo de inverter o sinal de compra, indicando que o par poderá continuar a apresentar uma tendência de baixa no curtíssimo-prazo. O próximo suporte localiza-se em torno dos 50% de retração ($1.1090).
Petróleo regista maior perda semanal desde 2008 com guerra de preços EUA- Arábia Saudita
Os preços do petróleo ainda chegaram a registar ganhos consideráveis na sexta-feira, mas este estes não foram suficientes para evitar a maior perda semanal desde 2008. Os preços do crude fecharam a semana com perdas de mais de 20%, chegando a recuar mais de 35% na segunda-feira. A pressionar estiveram os receios em torno de uma diminuição da procura devido à pandemia do Covid-19 e a guerra de preços entre os produtores da matéria-prima. É de notar que a Arábia Saudita cortou os seus preços da matéria-prima e anunciou planos para aumentar a produção no próximo mês, como consequência da decisão da Rússia de não apoiar os cortes propostos pela OPEP para estabilizar o mercado petrolífero. Isto numa fase em que há receios de recessão. A colocar ainda mais pressão sob os preços esteve o aumento dos inventários de crude dos EUA para 7.664 milhões de barris, quando eram esperados "apenas" 2.266 milhões.
Tecnicamente, o crude intensificou significativamente a tendência de queda ao quebrar em baixa os 61.8% de retração ($45.50) e "afundado" até níveis abaixo dos $30, chegando mesmo a testar o suporte dos 0% de retração ($26.20) – mínimos de 2016. A matéria-prima ressaltou ligeiramente neste nível e se a análise técnica se mantiver o crude poderá continuar a recuperar terreno no curto-prazo, apesar do sinal de venda do MACD.
Apesar da aversão ao risco, ouro regista maior queda semanal desde 2008
Nem mesmo o ouro, com o seu estatuto de porto seguro, foi poupado da rota do mercado global desta semana. O metal precioso registou a sua maior perda semanal desde 2016, apesar de ter atingido o nível mais alto em mais de sete anos no início desta, à medida que os investidores vendem o metal para atender às necessidades de liquidez.
Tecnicamente, o ouro inverteu a tendência de alta, ao quebrar em baixa o limite inferior do canal de consolidação ascendente dentro do qual transacionava desde dezembro. O metal aparenta ter encontrado suporte em torno dos $1550, existindo a possibilidade de que venha a lateralizar entre este nível e os $1600. Caso isto não aconteça, o ouro poderá dar seguimento às quedas, tendo como próximo suporte os 61.8% de retração de fibonacci ($1 490).
As análises técnicas aqui publicadas não pretendem, em caso algum, constituir aconselhamento ou uma recomendação de compra e venda de instrumentos financeiros, pelo que os analistas e o Jornal de Negócios não podem ser responsáveis por eventuais perdas ou danos que possam resultar do uso dessas informações. Caso pretenda ver esclarecida alguma dúvida acerca da Análise Técnica, por favor contactar a IMF ou o Jornal de Negócios.