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Guerra comercial ameaça acções de empresas europeias de bens de luxo

Uma guerra comercial generalizada poderá levar as acções dos fabricantes europeus de bens de luxo a perder até 30%, assinala uma nota de “research” do UBS divulgada esta semana.

Bloomberg
24 de Julho de 2018 às 18:57
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As acções dos fabricantes europeus de bens de luxo poderão perder até 30% caso se assista a uma guerra comercial generalizada, alerta uma nota de "research" do UBS divulgada esta semana.

Esta queda ocorreria no cenário mais negro traçado pelos analistas do banco suíço, no qual o produto interno bruto (PIB) mundial sofre uma queda de um ponto percentual e é registada uma descida de dois dígitos no lucro por acção do sector dos bens de luxo. Esta previsão surge numa altura em que as acções do sector de luxo estão sobrevalorizadas, indiciando que os investidores não estão a levar em conta os riscos associados ao comércio internacional.

Com os EUA e a China a trocarem ameaças de imposição de tarifas às importações – estes dois mercados representam cerca de 55% das vendas mundiais de artigos de luxo -, o impacto no sector poderá ser assinalável.

"As tarifas por si só não deverão ter um grande impacto: a maioria da produção é feita na Europa e as empresas provavelmente usariam a capacidade de impor preços para mitigar alterações nas tarifas. Contudo, o efeito negativo na riqueza devido a um PIB mais baixo e uma queda na confiança dos consumidores levaria a procura a abrandar", refere a nota de "research".

Actualmente, as vendas de bens de luxo apresentam um crescimento orgânico de 10%, lideradas por uma subida de 35% das transacções na China. No pior dos cenários, o crescimento orgânico das vendas desaceleraria para cerca de 2% em 2019 e os lucros por acção cairiam 12%. O PIB mundial cresceria 3% em vez de 4% e os mercados de capitais a nível global sofreriam uma queda de mais de 20%.

Até ao momento, as acções das empresas europeias de bens de luxo valorizaram 24% este ano.

Entre as empresas que poderão ser mais afectadas contam-se a fabricante de relógios suíça Swatch Group, o grupo britânico de vestuário e acessórios Burberry e o fabricante de sapatos e malas italiano Salvatore Ferragamo, refere o UBS.

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