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Crise nos emergentes pressiona bolsa de Hong Kong. Acções entram em "bear market"
A crise nos mercados emergentes contagiou a China. O principal índice bolsista de Hong Kong voltou a cair, recuando agora mais de 20% desde que alcançou um máximo em Janeiro. Ou seja, as acções entraram no chamado "bear market".
A bolsa de Hong Kong está sob pressão. As acções entraram no chamado "bear market", num cenário marcado pela queda das acções do sector tecnológico, pela desvalorização da moeda local, pelos receios em torno da economia da China, mas também por uma crise nos mercados emergentes.
O Hang Seng, o índice de referência da China, deslizou 0,7% para 26.422,55 pontos esta terça-feira, 11 de Setembro. A bolsa de Hong Kong prolongou assim as perdas, caindo já mais de 20% desde que alcançou um máximo histórico em Janeiro, de 33.154,12 pontos.
Além de estarem a ser pressionadas por um sell-off entre as tecnológicas e pelos receios em torno do abrandamento da economia da China, as praças em Hong Kong foram agora apanhadas por uma fuga dos mercados emergentes, provocada por crises cambiais na América Latina e na Turquia.
"Estes mercados estão a ser fortemente penalizados" e este cenário deve manter-se, afirma Mark Tinker, responsável da AXA Investment Manager, à Bloomberg. "Estamos à espera que a situação estabilize", acrescentou.
Crise nos emergentes continua a abalar mercados
A forte turbulência que tem abalado os mercados emergentes não dá sinais de acalmia, com a maioria das moedas em queda e o índice de referência que agrega acções de mais de duas dezenas de países em desenvolvimento a rondar o "bear market".
Às crises da Turquia, Argentina e Brasil juntaram-se as preocupações com a África do Sul, depois de ter sido revelado, na semana passada, que o país entrou em recessão no segundo trimestre deste ano. Além disso, dados positivos sobre a produção industrial dos Estados Unidos aumentaram a expectativa em torno de uma aceleração da subida dos juros pela Fed, o que impulsionou o dólar, penalizando ainda mais as moedas dos emergentes, que já vêm sendo fortemente castigadas nos últimos meses.
"Há muitos players à espera – não querem ser apanhados do lado errado", notou Stephen Innes, responsável de negociação para a Ásia Pacífico da Oanda Corp., em Singapura. "Estivemos a reduzir as posições nos mercados emergentes, mas agora estabilizámos", realça. Innes alerta, contudo, que "a saída de capital ainda não terminou".