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China atrai procura de quase 20 mil milhões na primeira emissão em euros em 15 anos
Pequim realizou esta terça-feira a primeira emissão de dívida em euros desde 2004, e a procura foi cinco vezes a procura.
A China emitiu 4 mil milhões de dívida em euros esta terça-feira, 5 de outubro, naquela que foi a primeira operação realizada na moeda europeia desde 2004. No entanto, as ordens – incluindo dos bancos responsáveis pela emissão - totalizaram 19,5 mil milhões de euros, muito acima da oferta.
De acordo com os dados disponibilizados pela Bloomberg, Pequim emitiu 2 mil milhões em títulos a sete anos, mil milhões em títulos a 12 anos e outros mil milhões em obrigações com prazo de 20 anos.
"Emitir em euros permite ao Ministério das Finanças diversificar as suas fontes de financiamento e base de investidores, o que, num contexto de tensões comerciais prolongadas com os Estados Unidos, é provavelmente uma estratégia prudente", comenta Todd Schubert, responsável de research de renda fixa do Bank of Singapore, em declarações à Bloomberg.
Nos últimos dois anos, as únicas obrigações em moeda estrangeira que a China emitiu foi em dólares – 2 mil milhões de dólares em 2017 e 3 mil milhões de dólares em 2018. De acordo com dados da Dealogic, referidos pelo The Wall Street Journal, este ano, os bancos e as empresas chinesas já emitiram 180 mil milhões de dívida em dólares, contra 7,7 mil milhões em euros.
Citado pelo mesmo jornal, Jason Pang, gestor de portefólios do JPMorgan, explica que este ano, o yuan acompanhou o euro mais de perto do que o dólar, com as duas moedas a desvalorizarem face à divisa dos Estados Unidos, o que dá mais motivos aos emitentes chineses para emitirem em euros, na medida em que reduzem os riscos cambiais.
Os dados da Dealogic mostram que, entre os mercados emergentes da Ásia, só a Indonésia, as Filipinas e a Coreia do Sul realizaram emissões em euros desde 2014.