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Uma coligação de organizações não governamentais (ONG) lançou uma plataforma que identifica as empresas que estão a ser excluídas pelos investidores financeiros por questões de sustentabilidade.
A maior parte das empresas são excluídas por violarem políticas, normas e valores das instituições financeiras por razões que vão desde violações de direitos humanos ao impacto ambiental e outras questões de sustentabilidade.
O motivo mais comum para a exclusão de empresas é o clima/combustíveis fósseis, representando 40% das exclusões. Seguem-se questões ligadas ao armamento (17%) e ao tabaco (12). O quarto motivo mais proeminente para a exclusão são os direitos humanos (7%). As preocupações com as práticas comerciais são o quinto principal motivo de exclusão.
O "Financial Exclusions Tracker" é o primeiro radar do género e tem por objetivo informar investidores, bancos, sociedade civil e meios de comunicação social sobre as empresas que estão na lista negra dos investidores.
A coligação de ONG analisou as exclusões efetuadas por cerca de 150 fundos de pensões, companhias de seguros e bancos e compilou uma lista de 4532 empresas que foram excluídas por 87 instituições financeiras em 16 países.
"Os bancos e outros investidores são aconselhados a consultar cuidadosamente este novo rastreador de exclusões como parte dos seus procedimentos globais de diligência devida em relação a novos clientes, uma vez que estas exclusões por parte de outras instituições resultam de procedimentos de verificação semelhantes, que trouxeram à luz aspetos inaceitáveis do desempenho dessas empresas", sublinha Johan Frijns, diretor executivo da BankTrack, dos Países Baixos.
A investigação indica que as instituições financeiras estão a ter em conta as questões ESG (ambientais, sociais e de governação) nas suas decisões, dado os riscos financeiros que representam. Os grupos por detrás da investigação afirmaram esperar que a lista disponível ao público exerça uma pressão adicional sobre as empresas identificadas para que alterem as suas práticas nestas áreas.
"Esta base de dados é uma fonte de informação muito valiosa para o setor financeiro, os meios de comunicação social e a sociedade civil. É necessária uma diligência extra para as empresas que constam desta base de dados. Solicitamos aos investidores que partilhem connosco as suas listas de exclusão, para que esta base de dados possa ser regularmente atualizada", frisou em comunicado Kees Kodde, chefe de projeto da Fair Finance International.
A coligação de ONG engloba a BankTrack, Both ENDS, Fair Finance International, Forests & Finance, Health Funds for a Smokefree Netherlands, Milieudefensie (Friends of the Earth Netherlands), PAX, Profundo Research Foundation, Rainforest Action Network e Environmental Paper Network.