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Refinaria de Sines lidera top 10 de poluidores em Portugal

Em 2023, o top 10 é dominado pelo setor da refinação, produção de eletricidade a partir da queima de gás natural fóssil, transporte aéreo e setor cimenteiro. Emissões diminuíram 14%.

30 de Julho de 2024 às 10:46
A decisão de investir 650 milhões para descarbonizar a refinaria de Sines foi tomada pela Galp em 2023, com a promessa de não ter de pagar CESE.
Pedro Catarino
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A refinaria de Sines é a instalação em Portugal que regista os maiores índices de emissões poluentes, com cerca de 2,4 milhões de toneladas de dióxido de carbono emitido, divulga a associação ambientalista Zero nesta terça-feira.

A refinaria da Galp mantém assim a liderança em 2023 no top 10 de poluidores em Portugal, apesar de as emissões terem diminuído 14% no conjunto das dez instalações face a 2022, assinala a Zero.

Em 2023, o top 10 é assim dominado pelo setor da refinação, produção de eletricidade a partir da queima de gás natural fóssil, transporte aéreo e setor cimenteiro.

 

O top 10 é composto pela PETROGAL - Refinaria de Sines, seguida pela TURBOGÁS - Central de Ciclo Combinado da Tapada do Outeiro, TAP, ELECGÁS - Central de Ciclo Combinado do Pego, CIMPOR - Centro de Produção de Alhandra, CIMPOR - Centro de Produção de Souselas, SECIL - Fábrica Outão, CMP - Cimentos Maceira e Pataias, S.A - Fábrica Maceira-Liz, EDP - Central Termoelétrica de Lares e LUSICAL - Indústria Mineral-Calcinação de Calcários - Produção de cales não hidráulicas.

 

A Zero recorreu aos dados disponibilizados pela Agência Portuguesa do Ambiente referentes ao registo de emissões associado ao Comércio Europeu de Licenças de Emissão (CELE) para efetuar uma seriação das instalações mais poluentes de Portugal em 2023 no que respeita às emissões de dióxido de carbono, principal gás de efeito de estufa causador das alterações climáticas.

O Comércio Europeu de Licenças de Emissão integra as principais unidades de setores fortemente emissores de emissões de carbono, nomeadamente centrais térmicas, refinação, cimento, pasta de papel, vidro, entre outras.

Em Portugal, há 136 empresas que declararam emissões em 2023 no âmbito do CELE, para além de cinco companhias aéreas. No caso das centrais térmicas utilizando combustíveis fósseis, todas as licenças de emissão têm de ser adquiridas (compradas em leilão), enquanto noutros setores uma grande parte das licenças é oferecida gratuitamente e a restante tem de ser adquirida, explica a Zero.

As empresas de transporte aéreo sediadas em Portugal são também contabilizadas, sendo consideradas apenas as emissões de voos entre aeroportos na União Europeia e Suíça.

"Entre 2022 e 2023, as mudanças mais relevantes prendem-se com a redução significativa das emissões das centrais térmicas a gás natural fóssil para produção de eletricidade dado o maior peso das renováveis, a redução na refinação de combustíveis fósseis e um aumento relevante das emissões do transporte aéreo (associadas à TAP)", explica a associação ambientalista.

 

Relativamente à liderança, pelo terceiro ano consecutivo, da Refinaria de Sines como a instalação mais poluente, a Zero assinala que "o valor atingido pelo setor da refinação mostra um peso muito significativo dos combustíveis fósseis na nossa economia e emissões poluentes; a GALP continua a ser uma empresa virada para a exploração e produção de combustíveis fósseis com mais de cinco vezes do seu investimento a eles dedicado por comparação com investimento em renováveis".

Apesar da redução de emissões em 14% entre 2022 e 2023, consequência da redução de produção devido à maior paragem geral da refinaria na última década, as emissões atingiram cerca de 2,4 milhões de toneladas de dióxido de carbono, representando quase 5% do total de emissões líquidas de Portugal em 2022.

A Zero destaca também que, depois da reentrada da TAP nas dez empresas com maiores emissões no ranking do ano passado, a transportadora é a empresa que mais aumenta as suas emissões (em 15%) entre 2022 e 2023, "o que mostra o peso crescente que a aviação tem no aquecimento global, sendo que neste valor apenas estão considerados os voos dentro dos países europeus que fazem parte do acordo de Comércio Europeu de Licenças de Emissão e Suíça", refere a Zero.

 

 

 

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