- Partilhar artigo
- ...
O Centro Comum de Investigação da Comissão Europeia (JRC, na sigla em inglês) desenvolveu uma nova metodologia para medir a presença de microplásticos na água da torneira em toda a União Europeia (UE). A ferramenta apoiará a Diretiva Água Potável no domínio da monitorização dos microplásticos.
A fim de harmonizar melhor o processo de medição, o serviço científico e de conhecimento da Comissão Europeia concebeu uma metodologia que representa uma abordagem uniforme em matéria de amostragem, análise e comunicação de dados.
"Tal contribuirá para a produção de dados mais coerentes e comparáveis, o que constitui um primeiro e importante passo para o eventual estabelecimento de níveis de exposição na água potável europeia", informa o JRC e comunicado.
Para definir a metodologia, os cientistas do JRC começaram por rever a base de conhecimentos científicos sobre a natureza, a distribuição e as quantidades de microplásticos.
A análise mostrou que os níveis de microplásticos comunicados na água potável são geralmente inferiores a algumas dezenas de partículas por litro, tendo estudos mais recentes realizados na Europa revelado níveis inferiores ou muito inferiores (0,0000-0,6 partículas por litro).
Os polímeros mais frequentemente encontrados na água potável são o polietileno, o politereftalato de etileno, o poliéster que não o PET e o polipropileno.
Os dados mostraram que é necessário colher amostras de grandes volumes de água (>50 litros).
A metodologia do JRC define inicialmente os materiais que devem ser abordados, as gamas de tamanhos pertinentes, as formas e a unidade de medida. Para a amostragem, são necessários, pelo menos, 1000 litros para quantificar os microplásticos.
As amostras são recolhidas utilizando filtros de diferentes tamanhos de micrómetros (filtros de 100 e 20 micrómetros), para recolher os sólidos em duas gamas de tamanhos.
Estas amostras são depois analisadas através de um de dois métodos possíveis – quer por microscopia de infravermelhos quer por microscopia de Raman. Segundo o JRC, estas técnicas permitem identificar o tipo de polímero, a sua dimensão e se se trata de uma partícula ou de uma fibra, pois "todas estas informações podem, no futuro, ser relevantes para compreender a natureza e a extensão da nossa exposição aos microplásticos".
Recorde-se que a Comissão Europeia está a impulsionar o desenvolvimento da legislação necessária para combater a potencial ameaça dos microplásticos para a saúde das pessoas e o ambiente.
Entre as iniciativas, a reformulação da Diretiva Água Potável, a principal lei da UE em matéria de água potável, abrange tanto o acesso como a qualidade da água destinada ao consumo humano.
Os Estados-Membros terão então de estabelecer requisitos de acompanhamento, utilizando a metodologia do JRC estabelecida na decisão delegada da Comissão.