Outros sites Medialivre
Notícia

Nova metodologia vai medir microplásticos nas águas das UE

Níveis de microplásticos comunicados na água potável são inferiores à realidade. Efeitos na saúde humana continuam por apurar.

24 de Maio de 2024 às 10:16
Portugal é um dos países com melhor qualidade de água para consumo      humano, com 98,9% de garantia de qualidade da água na torneira.
iStockphoto
  • Partilhar artigo
  • ...

O Centro Comum de Investigação da Comissão Europeia (JRC, na sigla em inglês) desenvolveu uma nova metodologia para medir a presença de microplásticos na água da torneira em toda a União Europeia (UE). A ferramenta apoiará a Diretiva Água Potável no domínio da monitorização dos microplásticos.

A fim de harmonizar melhor o processo de medição, o serviço científico e de conhecimento da Comissão Europeia concebeu uma metodologia que representa uma abordagem uniforme em matéria de amostragem, análise e comunicação de dados.

"Tal contribuirá para a produção de dados mais coerentes e comparáveis, o que constitui um primeiro e importante passo para o eventual estabelecimento de níveis de exposição na água potável europeia", informa o JRC e comunicado.

Para definir a metodologia, os cientistas do JRC começaram por rever a base de conhecimentos científicos sobre a natureza, a distribuição e as quantidades de microplásticos.

A análise mostrou que os níveis de microplásticos comunicados na água potável são geralmente inferiores a algumas dezenas de partículas por litro, tendo estudos mais recentes realizados na Europa revelado níveis inferiores ou muito inferiores (0,0000-0,6 partículas por litro).

Os polímeros mais frequentemente encontrados na água potável são o polietileno, o politereftalato de etileno, o poliéster que não o PET e o polipropileno. 

Os dados mostraram que é necessário colher amostras de grandes volumes de água (>50 litros).

A metodologia do JRC define inicialmente os materiais que devem ser abordados, as gamas de tamanhos pertinentes, as formas e a unidade de medida. Para a amostragem, são necessários, pelo menos, 1000 litros para quantificar os microplásticos.

As amostras são recolhidas utilizando filtros de diferentes tamanhos de micrómetros (filtros de 100 e 20 micrómetros), para recolher os sólidos em duas gamas de tamanhos.

Estas amostras são depois analisadas através de um de dois métodos possíveis – quer por microscopia de infravermelhos quer por microscopia de Raman. Segundo o JRC, estas técnicas permitem identificar o tipo de polímero, a sua dimensão e se se trata de uma partícula ou de uma fibra, pois "todas estas informações podem, no futuro, ser relevantes para compreender a natureza e a extensão da nossa exposição aos microplásticos".

 

Recorde-se que a Comissão Europeia está a impulsionar o desenvolvimento da legislação necessária para combater a potencial ameaça dos microplásticos para a saúde das pessoas e o ambiente.

Entre as iniciativas, a reformulação da Diretiva Água Potável, a principal lei da UE em matéria de água potável, abrange tanto o acesso como a qualidade da água destinada ao consumo humano.

Os Estados-Membros terão então de estabelecer requisitos de acompanhamento, utilizando a metodologia do JRC estabelecida na decisão delegada da Comissão.

 

Mais notícias