Advogado do Diabo
Advogado do Diabo e a semana de quatro dias: “Será um fator diferenciador”
05 de Julho de 2024 às 10:00
19 min.
A convidada desta semana do videocast O Advogado do Diabo entende que o processo de introdução da semana de quatro dias na vida das empresas "será como há cem anos com as oito horas de trabalho". Ainda que note que, nessa altura, a introdução do número máximo de horas ganhou peso "por regulação" enquanto agora, com a semana de quatro dias, "será o mercado a pedir".
No entender da docente da Católica, "no retalho e noutras atividades que operam diariamente pode haver a necessidade de reforçar equipas e isso levará a aumentos de custos que se vão refletir no peço final ao consumidor".
E lembra que há áreas que estão a ser esquecidas e que "ninguém está a falar delas. "Temos 90% de microempresas e dessas há uma larga maioria que são autoempregos", frisa Rute Xavier. "Cabeleireiros, advogados, médicos, quem tem atividade em microempresas não trabalha oito horas por dia, trabalha muito mais", explica, uma vez que "para terem um rendimento médio acabam por trabalhar mais". "É inimaginável terem uma semana de quatro dias, é injusto, e ninguém está a olhar para esta questão."
Já Luís Miguel Henrique defende que a discussão em torno da semana de quatro dias nas empresas está a ganhar dimensão pelo contexto que vivemos, "de paz, prosperidade e pela geografia".
"Talvez o grande desafio seja agora fazer um estudo que inclua o setor industrial", aponta o advogado, de forma a que se perceba, se funcionar, isso acarreta "perdas de competitividade". "Não vai ser fácil convencer certos empresários a abrir portas, já que o estudo poderá abrir precedentes" que tornam mais difícil voltar ao modelo de cinco dias, detalha.
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