O vice-diretor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade católica, Francisco Proença Garcia, é o convidado desta semana do Advogado do Diabo. Defende que "temos de ser competitivos" e que o relatório de Mario Draghi, apresentado esta semana, surge num momento crucial para a Europa.

"Somos quase um anão geopolítico. Somos um um grande mercado, com muitos consumidores, mas deixámos de ser competitivos", afirma.
No entender de Francisco Proença Garcia, "temos de reduzir a dependência de matérias críticas" e investir mais na inovação e no espaço, aproveitando ainda o desenvolvimento na área militar para alavancar essa competitividade.

"Estamos a ser apenas um grande mercado e isso vai durar mais quantos anos", questiona, lembrando que mesmo na relação com a China, se não houver um política comum na Europa, "podemos cair nua fragmentação interna".

O vice-diretor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica frisa também que "temos de ganhar escala" através de um plano de reindustrialização que assente na área da defesa.

Já o advogado Luís Miguel Henrique entende que "Draghi reúne um consenso relevante" na Europa, pelo que é um trunfo para Ursula von der Leyen para convencer os Estados-membros sobre as prioridades da próxima Comissão.

"É um tecnocrata reconhecido que ganhou respaldo político", frisa, lembrando que "a utilização da credibilidade de Draghi nesta fase da UE "dá peso nesta fase do novo Executivo comunitário".