Opinião
E a maior bolha da actualidade é...
As criptomoedas, como a bitcoin, estão para ficar. E a tecnologia que lhes serve de base, o "blockchain", está já a revolucionar os serviços financeiros e o impacto vai chegar a outras indústrias.
A tecnologia permite registar operações de forma segura, inviolável e verificável por todos, eliminando intermediários e custos. Mas há quem prefira ver valor na subida da cotação das moedas virtuais. E até agora tem sido essa a grande tendência. A bitcoin começou a ser transaccionada em 2010 por cêntimos de dólar e atingiu no sábado um novo recorde de 5.013,91 dólares. Uma valorização assente na perspectiva de uma maior abrangência e viabilidade da criptomoeda e, mais recentemente, no seu potencial como refúgio face a tempestades noutros activos.
Mas a descrença na sustentabilidade daqueles preços tem vindo também a crescer. Robert Shiller, o economista e académico mais famoso em termos de bolhas especulativas, prémio Nobel da economia, não tem dúvidas de que é isso que se passa com a bitcoin. Questionado pela Quartz sobre exemplos actuais de exuberância irracional, o professor da Universidade de Yale foi peremptório: "O melhor exemplo actual é a bitcoin. E acho que tem que ver com a motivação da história da bitcoin. Vejo-o nos meus alunos. Começa-se a falar em bitcoin e há grande entusiasmo." E os dissabores no investimento acontecem quando o sentimento - e a exuberância - tomam conta da racionalidade.