Inesperadamente o presidente mexicano, o desgastado Enrique Peña Nieto convidou Trump para visitar o seu palácio presidencial, onde o candidato republicano voltou a proferir os seus disparates para indignação nacional. Ricardo Raphael, no "El Universal", pergunta: "Porque é que Peña Nieto emprestou Los Pinos como cenário para relançar uma campanha que está em queda? (…) Você é sempre assim tão ingénuo ou ontem estava distraído?".

Já Carlos Ramirez, no "Capital de México" é mais contundente: "A visita de Trump deu-se no meio de um impressionante vazio de política de comunicação social e de política. (…) O problema real não foi a vinda de Trump ou que esperássemos algum impossível gesto de repúdio do presidente Peña Nieto, mas apenas a confirmação de que o México carece de uma política exterior estratégica e de segurança nacional com o seu vizinho e que a oposição no Congresso está incapaz por causa da baixa qualidade da sua representação". Mais: "Por detrás do expansionismo imperial de Trump e Hillary - polícia mau, polícia bom, mas os dois como polícias - encontra-se o fracasso da política mexicana de desenvolvimento: a migração de desempregados, pobres e marginalizados é culpa da crise económica e social devido ao ciclo neoliberal de Salinas e levou à existência de pelo menos 11 milhões de mexicanos ilegais que querem converter-se em americanos". No "Excelsior", José Yuste escreve, por seu lado: "Trump não tem emenda: é racista, ignorante, com ideias económicas do século passado de economia fechada e demagogo. Valeu a pena convidá-lo? Eu acho que não (…)". Peña Nieto pensou o contrário. E passou uma vergonha.