Opinião
O centro de Merkel e o "Eu avisei" de Donald Trump
Já há foto do suspeito do atentado em Berlim, mas isso é matéria policial e não política. Às vidas que se perderam num mercado de Natal, as mais importantes e irrecuperáveis, junta-se uma vítima ideológica que pode ou não sobreviver: o centro político.
No Guardian, Timothy Garton Ash posiciona bem a questão. "É demasiado cedo para dizer com exactidão o que esteve por trás do ataque, mas não para descrever o desafio que ele coloca. Em termos muitos simples, é isto: aguentará o centro?".
No El País, Javier Sampedro escreve um artigo irado e cru, pegando na morte de Henry Heimlich, inventor da manobra com o seu nome. Heimlich, norte-americano, faleceu na semana passada aos 96 anos, mas os seus contributos salvaram milhares de vidas ao longo dos anos. "Doze mortos? Sabem quantas vidas salvou Heimlich? São centenas de milhares, senão milhões. Os dementes que conduzem camiões não podem nem sonhar com números destes", afirma. E conclui: "sempre salvaremos mais vidas do que esses dementes conseguem tirar".
Quem também está irado é Donald Trump, que aproveitou o atentado de Berlim para lembrar que já tinha avisado contra a necessidade de controlar os imigrantes e de ser mais duro na luta contra o terrorismo. O Politico cita o novo presidente americano: "Vocês conhecem os meus planos desde o início. E provou-se que eu estava certo, 100% certo. O que está a acontecer é trágico".
Como se trava? Vamos ver o que fará Donald Trump.
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