A primeira mulher a ganhar a nomeação para uma candidatura presidencial conseguiu-o. Mas contra Donald Trump pode não chegar.

Albert Hunt, colunista da Bloomberg, agência cujo dono apoia Hillary mesmo sendo republicano, defende que a candidata saiu da "assembleia" do partido melhor do que entrou. "Os democratas terminaram a convenção em Filadélfia notavelmente unidos, dadas as tensões do início da semana, num forte contraste com os republicanos, uma semana antes. Se a História nos serve de guia, o partido mais unido tem vantagem na eleição no Outono. Este é, no entanto, um ano que tem desafiado a História."

Para vencer Trump é preciso ser um pouco Trump? Dana Milbank escreve no Washington Post que Clinton "nos deu uma amostra das suas potenciais forças como presidente - e da sua manifesta fraqueza como candidata. Para uma mulher com a reputação de ser opaca e que enfrenta um inimigo desabrido, os discursos pesados de Clinton e a sua resistência à espontaneidade trazem-lhe problemas. A cautela instintiva de Clinton fá-la parecer uma candidata do 'status quo', e esta não é uma eleição 'status quo'".

A encenação e o artificialismo do espectáculo político não ajudam Hillary. Jeff Greenfield, escreve no Politico que "o discurso de aceitação de Hillary Clinton foi fiel a ela própria - e essa é um má notícia". "Há algo de admirável na resistência de Clinton às exigências feitas por amigos e adversários de que ela levante a cortina protectora e nos revele por completo a mulher que é. 'É pegar ou largar', desafiou-nos ela. O resultado da eleição pode bem resumir-se à forma como os eleitores respondem a este desafio."