Opinião
Afinal, ainda há duas formas de se olhar para a Venezuela
Nicolás Maduro está a levar a Venezuela para o caminho da autodestruição e as notícias que chegam deste país e do atropelo das regras democráticas são evidentes. Mas não para todos.
Siro Darlan, no jornal brasileiro O Dia, atribui o clima de instabilidade ao facto de a Venezuela estar a ser "vítima da cobiça por suas riquezas naturais pelo capital e por potências, que vêem ameaças ao seu domínio prevalente e excludente".
Francisco J. Gonçalves, no Correio da Manhã expressa uma opinião oposta. "Não basta falar de revolução para que algo de bom aconteça. A chamada Revolução Bolivariana da Venezuela é a prova acabada da burla revolucionária. (...) Uma cleptocracia apoiada por generais 'comprados' pelo tráfico de droga e de armas. Resta um país onde falta de tudo e onde já nem há papel higiénico para limpar tanta porcaria".
O El País, em editorial, aplaude o facto da ONU ter feito finalmente "um relatório contundente no qual emerge o rosto mais sinistro do Governo de Maduro". "Com o controle das forças militares e policiais em suas mãos, e frente a uma sociedade que confirma desmoralizada que seu sacrifício e dedicação em tantas manifestações não serviu para muito, o chavismo poderia prolongar esta agonia à frente de um regime que é cada vez menos democrático. A ONU soube perceber isso, e os chanceleres latino-americanos reunidos ontem [segunda-feira] em Lima também: a comunidade internacional não pode abandonar os venezuelanos".
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