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03 de Outubro de 2016 às 09:22

A Síria, a Rússia e um mundo que insiste em girar

A Síria, agora, como o Afeganistão e tantos outros países antes destes. Palcos de conflitos aparentemente locais, mas onde se joga o interesse das grandes potências.

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Enquanto o mundo anda entretido com a excitante corrida presidencial norte-americana, a cidade síria de Aleppo é diariamente massacrada, não conseguindo evitar tornar-se o símbolo da incapacidade ou da falta de vontade em resolver um conflito que o objectivo sangrento já não consegue descrever.

No centro de tudo está a actuação da Rússia que, perante a tibieza das outras grandes potências, meteu pés ao caminho. Sob a capa do combate ao Estado Islâmico, na prática veio ajudar Assad a recuperar o controlo do país. E agora já não pode resolver-se a questão sem Vladimir Putin.

Oleg Kashin, no Guardian, explica que a Síria foi o melhor que poderia ter acontecido à Rússia, fragilizada depois da invasão e anexação da Crimeia. "Sendo a Rússia agora um agente-chave na Síria, o Ocidente é mais uma vez forçado a negociar com Moscovo(...). Nada vai mudar enquanto os líderes europeus não falarem com Putin - não acerca da Síria, mas acerca da Ucrânia e das sanções", defende.

John Lloyd, num assertivo artigo na Reuters, analisa o comportamento do Presidente russo desde os tempos da guerra na Chechénia, passando pela Crimeia e pela Síria. "Vladimir Putin está, pouco a pouco, à procura de reconstruir a glória e o poder que ele acredita que era a União Soviética", sentencia, concluindo que "Aleppo é a 'realpolitik' da Rússia".

Na CNN, a senadora democrata norte-americana Jeanne Shaheen dá uma nota de esperança acerca da NATO, apesar dos muitos desafios que a enfrenta. "Há muito trabalho por fazer, mas a cimeira de Varsóvia mandou uma mensagem clara: a NATO está de volta, e alguma réstia da complacência do pós-guerra acabou. A NATO está determinada em deter uma Rússia revanchista e antidemocrática", afirma.



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