Opinião
Portugal, os custos de trabalho e os legumes frescos
Segundo um distribuidor de produtos hortícolas na Grã-Bretanha, se os emigrantes que fazem o trabalho invisível nas cadeias de fornecimento forem colocados na fronteira, os ingleses deixarão, em cinco dias, de comer legumes frescos.
O editorial do Independent diz que Boris Johnson escolheu brincar com o fogo e agora os ingleses arriscam-se a ficar queimados. Os tempos estão complicados pelos lados britânicos. Andrew Rawnsley, no Observer, escreve: "A libra só vale aquilo que o mundo estiver disposto a pagar por ela. Se o mundo começar a achar que as perspectivas económicas britânicas estão mais sombrias e que o país está a tornar-se menos atractivo para o investimento externo, então estará menos disposto a querer libras. (…) A queda vertiginosa da libra diz-nos o que o mundo pensa agora." Já James Forsyth, no Spectator, está entusiasmado com a economia britânica: "Um dos benefícios do Brexit será permitir a este país fazer acordos com as economias que mais crescem no século XXI. Encerrados na união alfandegária, não podemos fazer isso. É tempo de a Grã-Bretanha ir à procura do mundo."
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