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09 de Fevereiro de 2007 às 13:59

Transformar barro em ouro

O futebol está cada vez mais refém de empresários que encontram nele o palco perfeito para serem reconhecidos em todo o mundo. Os americanos estão a aterrar em Inglaterra e, depois do Manchester United conquistaram o Liverpool. Os russos, como o sr. Abram

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Ficamos espantados por este abraço fraterno entre empresários e o desporto de massas por excelência, como se ele fosse uma surpresa e um escândalo. Mas, se olharmos para o umbigo português, o que é que vemos? Quem era o sr. Sousa Cintra antes de ser presidente do Sporting? Quem eram tantos líderes de clubes de futebol antes de serem reconhecidos como mecenas de equipas de futebol da sua cidade ou beco? Ninguém. Simples políticos ou empresários de obras por fazer. No futebol descobriu-se, muitas vezes, o Ovo de Colombo de transformar ilustres desconhecidos em mestres da alquimia. O futebol transforma barro em ouro. E numa época onde a globalização permite que o dinheiro circule à velocidade da luz, os clubes de futebol tornaram-se alvos perfeitos para quem tem excesso de liquidez e défice de imagem. Portugal, mesmo com a passagem dos clubes de futebol de mercearias a SADs, tudo se transformou para que tudo ficasse na mesma. Os dirigentes indígenas nunca procuraram tornar o futebol português num desporto salutar. Contentaram-se em comer as fatias de um bolo que é feito de açúcar falsificado. Aliás veremos o que vai dar o célebre caso do "Apito Dourado", depois de tantas voltas e reviravoltas, tão típicas do futebol português. Tantos ilustres dirigentes eternos do nosso futebol juram que querem que a verdade seja transparente, mas o certo é que, de recurso em recurso, lá vamos a caminho da borracha que tudo apaga. E isso é a regra que gere a "verdade desportiva" dos modernos estádios lusitanos.
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