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31 de Março de 2004 às 16:27

Tanto à esquerda como à direita

Aznar tinha a economia com ele mas perdeu as eleições e a Espanha virou à esquerda. Schroeder tem a economia e os alemães em peso contra ele ....

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Aznar tinha a economia com ele mas perdeu as eleições e a Espanha virou à esquerda. Schroeder tem a economia e os alemães em peso contra ele mas pode continuar à frente do país até às eleições de 2006 com a promessa de uma viragem à direita.

O mesmo se passa com Chirac que também tem a economia e 50% dos franceses contra ele mas a França só vai a votos em 2006 e, neste caso, para virar à esquerda. Blair tem a economia a seu favor mas a opinião pública dividida a seu respeito, sobretudo por causa do Iraque, e não se sabe o que acontecerá nas eleições parlamentares de 2005.

O primeiro-ministro polaco, Leszek Miller, apesar de ter 75% dos lugares parlamentares e só ir a votos em 2005, já anunciou que se demitia no dia seguinte à entrada do seu país na UE. O seu apoio popular está reduzido a 5% e a política económica provocou a ruptura na coligação do governo.

A viragem à direita dos polacos parece estar garantida. Berlusconi tem a economia num “tem-te, não caias” mas a sua base social de apoio está cada vez mais reduzida e as eleições de 2005 prometem uma viragem à esquerda.

Porém, ainda antes de cinco dos seis grandes da União procederem às respectivas substituições das lideranças políticas, os EUA vão a votos no final deste ano e John Kerry parece de momento suficientemente capaz de mandar Bush de regresso a casa e virar o país à esquerda.

O desemprego e má saúde da economia são assim os grandes factores de alternância política fazendo os países mudar de cor, tanto para esquerda como para a direita. Pois é apenas quando a economia está boa que o ocidente liga às questões da ética política e aos valores sociais, como ilustra tão bem o recente caso espanhol.

Durão Barroso, que só vai a votos legislativos em 2006, tem apenas dois anos para devolver aos portugueses o emprego e a confiança no bom andamento da economia.

Até lá praticamente mais nada interessa aos portugueses.

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